S. Bernardo realiza caminhada pela paz

Paz no Oriente Médio. Essa é a palavra de ordem que entidades religiosas, partidos políticos e os movimentos social e sindical levam para as ruas de São Bernardo na próxima sexta-feira.

“Vamos exigir o cessar fogo e o fim dos abusos do exército israelense contra os povos libanês e árabe”, disse Amir Honorê, do Centro de Divulgação do Islã para a América Latina, uma das entidades organizadoras do evento.

“O povo brasileiro se sente chocado com os acontecimentos, principalmente com o massacre da população civil que se repete todos os dias. Nossa posição é pela autodeterminação dos povos e o reconhecimento do Estado Palestino”, disse o diretor do Sindicato Sérgio Nobre.

A concentração está marcada para às 14h, no Centro Islâmico (Rua Henrique Alves dos Santos, 205,  Jardim das Américas, São Bernardo – perto do Poupa Tempo, de onde sai uma caminhada até a praça da Matriz, no Centro. “Queremos juntar todas as organizações que cultivem a paz”, convida Amir.


Conflitos têm origem na opressão contra palestinos

Os confrontos entre árabes e israelenses têm origem no início do século passado, quando começou a opressão contra os palestinos, explicou a doutora em História e integrante do Instituto de Cultura Árabe, Arlene Clemesha.

“O Estado de Israel foi criado depois da Segunda Guerra para reparar os judeus, mas os palestinos, que não tiveram nada a ver com os massacres de judeus na 2ª guerra, acabaram se tornando as vítimas das vítimas “, disse ela.

Segundo a doutora  a forma como a mídia apresenta o problema traz muita confusão. “A não-utilização do termo ocupação militar faz com que as pessoas não saibam que existe uma ocupação militar isralense nas áreas palestinas de Gaza e na Cisjordânia”, prossegue Arlene.

“Em vez de ocupação militar e resistência palestina, fala-se em conflito, como se houvessem dois lados iguais, dois países disputando um território. Não é o caso”, diz.

“Essa resistência palestina também é tratada de forma errada porque é a resistência legítima de uma população contra uma ocupação militar que dura quatro décadas”, explica ela.