Começa disputa no Congresso pelo reconhecimento das centrais

Entre as medidas provisórias que trancam a pauta do Congresso estão a que reconhece as centrais sindicais e a que cria o Conselho de Relações do Trabalho. A CUT pressiona, mas uma parcela do movimento sindical é contra.

Desde o início da semana, dirigentes da CUT percorrem os gabinetes no Congresso Nacional pressionando deputados e senadores a destrancar a pauta e retomar a votação das Medidas Provisórias (MP) 293 e 294.

A primeira reconhece as centrais sindicais oficialmente e a segunda cria o Conselho Nacional de Relações do Trabalho.

“Mais do que nunca, é preciso que o Congresso demonstre compromisso com a classe trabalhadora e cumpra com o seu papel, independente do período eleitoral”, declarou Artur Henrique, presidente da CUT.

As duas MPs, no entanto, não agradam a totalidade do movimento sindical.

De um lado existe uma forte pressão das confederações pelegas pela rejeição das duas matérias.

Resistência à esquerda – Outra resistência vem do Conlutas, ligada ao PSTU, que não tem interesse de avançar na legislação sindical. Segundo o presidente da CUT, as confederações e o Conlutas temem perder espaço e poder para as centrais sindicais caso estas sejam reconhecidas.

“O reconhecimento das centrais é uma bandeira histórica dos trabalhadores e permitirá a participação delas nos fóruns tripartites, como negociadoras e interlocutoras de assuntos gerais da classe trabalhadora”, prosseguiu.

Já o Conselho de Relações do Trabalho, explica Artur, por exemplo, abre possibilidade de definir assuntos relacionados à representação sindical não mais pela Justiça, mas por um fórum democrático e plural. “Os conflitos existentes hoje são resolvidos de forma prejudicial aos trabalhadores, num tipo de interferência do Estado na organização sindical que desrespeita a liberdade e a autonomia das entidades”, frisa o dirigente.