Censura: PSDB e PFL contra a liberdade de imprensa
Numa clara ofensa à liberdade de imprensa, PSDB e PFL entraram com representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral contra CUT, pela veiculação da primeira edição da Revista do Brasil. O ministro Carlos Alberto Menezes aceitou a representação, mas os sindicatos vão recorrer.
A publicação é produzida por 23 sindicatos e pela CUT. Foi lançada em maio com o objetivo de fazer chegar aos cerca de 360 mil associados desses sindicatos informação de qualidade apresentada sob a ótica dos trabalhadores.
“Criamos a revista com o objetivo de levar informações que outras revistas de grande circulação não trazem. Por exemplo, na edição 2 a questão das demissões na Volks. Freqüentemente, o caso é apresentado do ponto de vista da empresa. E nós mostramos a forma como sofrem os trabalhadores e seus familiares”, conta o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.
Variedades – “Por outro lado, a revista traz matérias sobre comportamento, saúde, futebol, cultura. Ou seja, não tem nada de eleitoreira e ofensiva. Revistas como Época, Isto É e principalmente a Veja fizeram capas extremamente ofensivas ao presidente da República, ao PT, aos sindicatos e aos trabalhadores, e são tratadas dentro dos parâmetros da liberdade de imprensa”, ressalta o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo.
Para o diretor de imprensa da CUT/SP, Daniel Reis, a decisão da Justiça é uma ofensa a todos os trabalhadores.
“Acredito que o TSE vá rever sua decisão. Não é possível que os trabalhadores sejam proibidos de manter uma publicação própria, que não tenham direito a contar o seu lado da história, como fazem os mais poderosos por meio da grande mídia.”