Rolls-Royce: Conselho quer acordo de responsabilidade

A criação de um acordo com garantias de
responsabilidade social para a Rolls-Royce e seus fornecedores
será um dos assuntos que vai esquentar os debates na
reunião do Conselho Global Representantes dos Trabalhadores
na empresa, neste mês

Rogério Fernandes, da Comissão de
Fábrica de São Bernardo e representante
brasileiro no Conselho, propôs na última
reunião, em maio, a criação de um
código de conduta para definir as
relações da empresa com os 
trabalhadores, garantindo direito de organização
para todos.

“Dificilmente conseguimos negociar em nome dos companheiros
de terceiras por falta de um critério claro de
representação”, disse
Rogério.

Segundo ele, são muitos problemas envolvendo os
trabalhadores tercerizados, como empresas que não pagam PLR
e outras que nem fornecem convênio médico.
Recentemente, um companheiro na cozinha teve queimaduras na perna
quando o cabo de uma panela com água fervente quebrou.
“Enquanto o rapaz sofria com a queimadura, a empresa de
restaurante e a Rolls-Royce discutiam em qual hospital e por qual plano
de saúde ele deveria ser encaminhado, pois o
convênio do restaurante não cobria acidente no
trabalho”, contou Rogério.

“Em qualquer acidente não se discute quem vai
pagar a conta, simplesmente se socorre. Imagine se fosse com um
trabalhador que não tem convênio como ocorre com
muitos de terceiras aqui na Rolls-Royce”, protesta
Rogério.

“Exemplos como estes fazem do acordo uma necessidade, pois a
Rolls-Royce é co-responsável por todos os
trabalhadores. Nossa luta é por mecanismos de
proteção contra qualquer tipo de
precarização na contratação
de fornecedores e de terceiros” salienta o dirigente.

Metalúrgicos unificam as lutas por empresas

Representantes sindicais das regiões sul, sudeste e
centro-oeste querem construir, em dois anos, três redes de
negociação entre trabalhadores das multinacionais
Tower, Magneti Marelli, Dana, Delphi e Thyssen Krupp.

Planos de ações unificadas foram temas do
encontro nacional dos trabalhadores nestas empresas realizado na
Confederação Nacional dos Metalúrgicos
da CUT (CNM-CUT), na semana passada.

A expectativa é trabalhar com diferentes dados, como pisos
salariais e jornada de trabalho, além de discutir medidas
para diminuir as desigualdades existentes entre plantas.
“Há casos dentro da mesma empresa em que
há diferença de 30% a 40% nos
salários, dependendo da região”, afirma
a economista do Dieese na CNM, Adriana Marcolino.

A Confederação tem 25 redes em processo de
formação em toda a sua base. No total,
são cerca de 350 mil metalúrgicos, em 120
fábricas.

“Esta ferramenta é importante para
alcançarmos o contrato coletivo nacional de trabalho.
Há chances de criar contratos por empresas, setores ou
até pelo ramo inteiro”, diz o
secretário de organização da CNM,
Valter Sanches.