11 de setembro: O mundo, agora, é da guerra
O mundo tornou-se muito mais inseguro depois do 11 de setembro.
Da lógica da sociedade à
lógica da guerra
O mundo piorou depois do 11 de setembro e, hoje, está muito
mais inseguro. Nos cinco anos que se seguiram ao ataque às
torres gêmeas, nos Estados Unidos, ocorreram mais de 18 mil
ataques de grupos radicais e que mataram cerca de 30 mil pessoas em
vários pontos do planeta.
Antes dos EUA declararem guerra ao terror, o mundo via uma
média diária de três atentados e duas
mortes. Após 11 de setembro de 2001, são
registrados 10 atentados em média com 17 mortes
diárias, segundo levantamento da Agência Estado.
Em recente artigo o teólogo Leonardo Boff, um dos mais
importantes pregadores da Teologia da Libertação,
analisa que depois dos ataques nos EUA começou rapidamente
uma desintegração das sociedades.
“Estaríamos assistindo a passagem da
lógica da sociedade para a lógica da guerra. A
potência hegemônica, os EUA, decidiram resolver os
problemas não mais por via diplomática e pelo
diálogo mas pela intervenção e pela
guerra levada a qualquer parte do mundo”, escreveu Boff.
Globalização – Segundo o
teólogo, essa lógica inscreve-se dentro da
globalização que não quer saber de
qualquer controle ou regulação social e
política. Para ele, essa nova onda que separou totalmente
economia de sociedade procura reduzir o Estado, difamar a classe
política e passar por cima de organismos de
representação mundial como a ONU.
Este cenário mundial, mostra Boff, explica porque nenhuma
instância política mundial tem capacidade
reconhecida e força moral suficiente para pôr fim
ao conflito palestino-israelense que por pouco não
transformou o Líbano numa ruina.
“Se não sabemos o que fazer, procuremos pelo menos
entender a lógica desta violência. Ela
é fruto de um tipo de mundo que nas últimas
décadas decidimos construir baseado na pura
exploração dos recursos da Terra, na
produção e no consumo ilimitados, na falta de
diálogo, tolerância e respeito pelas
diferenças. Um mundo assim só pode nos levar
à dessocialização e à
guerra sem fim”, finaliza Boff.