Acordo com Fundição traz novas conquistas sociais

Seis novas cláusulas sociais foram incorporadas à convenção coletiva assinada com a Fundição. Ajuda aos estudos, lei de cotas para pessoas com deficiência, assistência social e lei de prensas são alguns dos avanços.

Os metalúrgicos que trabalham nas fábricas do setor de Fundição conquistaram avanços sociais importantes. Ajuda nos estudos, aplicação da lei de cotas para a admissão de pessoas com deficiência, assistência social e lei de prensas são alguns dos avanços que fazem parte do acordo assinado sexta-feira passada entre a Federação Esta-dual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) e o Sindicato da Indústria de Fundição de São Paulo (Sifesp).

Todas as cláusulas (veja abaixo) foram apresentadas na campanha salarial do ano passado e uma parte delas tem origem nos congressos da nossa categoria. Como elas não foram negociadas na data-base de 2005, ficou o compromisso dos patrões para serem negociadas no período.

Importância – “É fundamental avançar em cláusulas sociais. Elas melhoram a qualidade de vida e as condições de trabalho e são tão importantes quanto as conquistas salariais”, salientou o presidente da FEM-CUT, Adi dos Santos Lima.

As mesmas cláusulas estão também em negociação com o Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos – antigo Grupo 5) mas, afirma Adi, a luta é para a extensão destes direitos a todos os setores. “Queremos modernizar todas as convenções e o caminho é a ampliação de direitos”, ressaltou o dirigente.

O que foi aprovado:

Subvenção ao estudo – As empresas custearão parte do estudo dos trabalhadores em percentual a ser negociado conforme a capacidade da fábrica. Os cursos deverão atender tanto as necessidades das fábricas como as dos trabalhadores, seja para o ensino fundamental e médio, cursos de idiomas, profissionalizantes, técnicos e superiores.

Anemia falciforme – As empresas realizarão os exames apropriados com os trabalhadores que voluntariamente se apresentarem. Se a doença for constatada, as empresas deverão orien-tar o portador da anemia falciforme na busca de tratamento adequado.

Garantia social solidária – As empresas orientarão os trabalhadores e seus dependentes na busca de alternativas para o tratamento de dependência química e de distúrbios mentais e neurológicos que venham interferir no cotidiano do trabalhador.

Prevenção de acidentes com prensas – Adoção integral do acordo de prensas.

Horário fixo do estudante em faculdade – Quem entrar na faculdade e trabalha em turno de revezamento poderá pedir a fixação do horário de trabalho.

Contratação e Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficiência – As empresas assumem o compromisso de tomar medidas para admissão de pessoas com deficiência de acordo com a lei de cotas. Já os sindicatos de metalúrgicos da CUT poderão manter um banco de vagas e de candidatos para apresentar às fábricas, bem como participar de programas para a qualificação de pessoas com deficiência

A lei de cotas determina que fábricas a partir de 100 trabalhadores devem empregar 2% de pessoas com deficiência; de 201 a 500, 3%; de 501 a mil, 4%; e nas fábricas acima de mil trabalhadores, 5% do total das vagas devem ser ocupadas por pessoas com deficiência.

De olho nos pisos

Com o índice de reajuste salarial de 4,9% no Grupo 3 (antigo Grupo 5) e Fundição, são os seguintes os pisos salariais a partir de setembro:

Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos)
Até 100 trabalhadores – R$ 560,80
Mais de 100 – R$ 761,60

Fundição
Até 350 trabalhadores – R$ 634,65
Mais de 350 – R$ 761,60

Para calcular salários acima destes valores basta multiplicar o salário de agosto por 1,049.