A esperança e as eleições
Ontem, em uma missa de batizado, o padre Julio Lanceloti falou sobre a importância das eleições que acontecem no próximo domingo.
Nos colocou a seguinte questão para reflexão:“A quem interessa a desesperança?”.
Ele se referia à descrença de certas pessoas sobre as possibilidades de mudança de nossa sociedade. E por estarmos descrentes, o risco seria termos uma atitude mais conformista e menos ativa frente aos conflitos que enfrentamos.
A desesperança interessa a quem não deseja a mudança. Não interessa aos oprimidos, aos trabalhadores, aos miseráveis. “É preciso ter esperança”.
E ele nos alertava: vivemos em um mundo cheio de conflitos, que implicam em interesses diferentes, o que, portanto, nos exige uma atitude de não omissão frente a eles. É preciso ter uma atitude ativa frente os conflitos.
Isso nos faz pensar no significado da esperança que devemos ter por referência, como nos coloca Paulo Freire, em seu livro Pedagogia do Oprimido:
“Não é, porém, a esperança um cruzar de braços e esperar. Movo-me na esperança enquanto luto e, se luto com esperança, espero”.
“A esperança está na própria essência da imperfeição dos homens, levando-os a uma eterna busca (…) a desumanização que resulta da ordem injusta não deveria ser uma razão da perda da esperança, mas ao contrário, uma razão de desejar mais, e de procurar sem descanso, restaurar a humanidade esmagada pela injustiça”.
Nosso papel agora nestas eleições é fazer renascer esta esperança, mas é ir além; é assumirmos nosso papel de sujeitos na história, o que se dá através de atitudes mais solidárias, fraternas, de uma postura crítica frente a nossa realidade social e através de nossa participação política nas organizações, na fábrica e na sociedade.
Quando nos organizamos estamos construindo uma nova cultura.
Contribuímos para que cada vez mais pessoas, na sociedade como um todo, ocupem um papel cada vez mais autônomo, de sujeitos históricos e com muito mais esperança.
Departamento de Formação