Identificação de vítimas da ditadura começará por mortos no Araguaia
O projeto que pretende identificar as vítimas da ditadura militar, lançado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, começará pelas ossadas de oito pessoas mortas durante a chamada guerrilha do Araguaia. Os ossos estão em Brasília, sob a guarda da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos.
Segundo o laboratório Genomic, de São Paulo, responsável para conduzir a comparação das ossadas com o sangue coletado dos parentes dos mortos para o início dos exames de DNA, o trabalho poderá ocorrer até a próxima semana.
O projeto conta com recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e, de acordo com o Genomic, está prevista a coleta de 400 amostras de sangue de familiares das vítimas, a serem escolhidos pela Comissão de Desaparecidos, em São Paulo e em outras cidades do país. Desse total de amostras, 25 já foram coletadas.
O projeto é mais um instrumento que familiares de mortos e desaparecidos políticos brasileiros durante a ditadura militar ganharam na busca por seus parentes.
O ministro Paulo Vanuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, reconheceu que essa era uma das dívidas antigas do Estado para com as famílias dos desaparecidos. “Falta ainda completar um processo, do ponto de vista humanitário extremamente importante, que é a localização de mais de cem dos mortos no regime militar”.