Bolsa família aumenta a frequência escolar

Crianças e jovens de todas as faixas etárias que são atendidas pelo Bolsa Família frequentam mais a escola do que aquelas que não recebem nenhum benefício. A constatação é de estudo da pesquisadora Sônia Rocha. O programa chega a quase 50 mil casas no ABC.

Crianças e jovens de todas as faixas etárias entre 6 e 15 anos que são atendidas pelo Bolsa Família frequentam mais a escola do que aquelas que não recebem nenhum benefício.

A conclusão é parte de um estudo que a pesquisadora Sônia Rocha, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, apresentou ontem no seminário Educação, Pobreza e Desigualdade no Brasil, realizado no Rio de Janeiro.

O Bolsa Família é destinado a famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 120,00 e uma das exigências é que os filhos frequentem a escola.

Cruzamento – Rocha cruzou, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE de 2004, o percentual de crianças e jovens que não frequentavam a escola em cada idade.

A pesquisa de Rocha mostra que, em famílias que recebem o Bolsa Família ou o Bolsa Escola, a proporção dos que não estudam varia pouco. É de apenas 1% aos 11 anos e de 3% aos 13 anos, por exemplo.

A ausência das crianças da escola cresce bastante no caso das famílias que não recebem o benefício. Segundo o levantamento, estas situações chegam a atingir 18% para crianças com 6 anos e 14% entre jovens com 14 anos, por exemplo.

A secretária interina do Bolsa Família, Lúcia Modesto, afirma que 120 mil famílias já foram advertidas sobre o risco de perder o atendimento se as crianças não forem às aulas.

Lúcia explica que antes da transferência ser cortada, o benefício é suspenso por 30 dias.

Em caso de continuar a ausência, a suspensão aumenta para 60 dias. Só se as faltas continuarem ocorre o cancelamento.

Benefício chega a todas as cidades do Brasil

O Bolsa Família beneficia hoje mais de 11 milhões de famílias em 99,9% dos municípios brasileiros.

Só em São Paulo, o programa atende 93% das 1,2 milhão de pessoas que vive abaixo da linha da pobreza, com investimentos que atingiram R$ 61 milhões em agosto passado.

No ABC, o Bolsa Família chega a quase 50 mil casas. Cerca de 12 mil famílias são atendidas em Mauá, outras 12 mil em Santo André, 11 mil em Diadema e 10 mil em São Bernardo.

“Tenho medo do Bolsa Família acabar”

Os três filhos de Márcia de Almeida estão na escola para que a família consiga sobreviver com os R$ 80,00 que a mãe recebe do Bolsa Família.

David Henrique, 3 anos, na creche; Michael Alvino, 11 anos, na 6ª série; e Maylon Samuel, 13 anos, na 7ª série. Separada, Márcia, de 30 anos, tem no benefício sua única fonte de renda.

“Agradeço a Deus pela benção do Bolsa Família. Agora dá para criar as crianças”, conta emocionada. “Nenhum presidente tinha feito isso. Tenho medo do Bolsa Família acabar. O outro candidato garante que vai manter o programa, mas o Serra também dizia que não ia deixar a Prefeitura e deixou. É isso que me assusta”, finaliza Márcia.

“Nenhum presidente fez algo parecido”

Maria José da Silva, 52 anos, ganha R$ 150,00 por mês e mora com duas filhas desempregadas. Uma é separada e com três filhos. Outra é solteira e tem um filho.

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