A inclusão bancária

O mundo conheceu neste mês o ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006, o bengalês Muhammad Yunus, pioneiro na implementação do microcrédito para pessoas em extrema pobreza. Doutor em economia, ele ganhou o prêmio juntamente com o Grameen Bank (Banco da Aldeia), instituição criada por ele para poder viabilizar os empréstimos.

Um dos grandes feitos deste banco foi o de fornecer empréstimos sem ter de exigir garantias. Hoje, o banco tem, em Bangladesh (um dos países mais pobres do mundo, com 146 milhões de habitantes), cerca de seis milhões de usuários, onde 96% são mulheres na zona rural. Neste país, uma sociedade islâmica ortodoxa, as mulheres se casam muito cedo, têm muitos filhos e sofrem com o analfabetismo e o machismo. Ao dar o poder a elas, o banco está provocando uma mudança gradual no comportamento da população.

A idéia do micro-crédito aos mais pobres já foi implantada em diversos países do mundo. No Brasil, desde setembro de 2003, o Governo Federal tomou iniciativas que já permitiram o acesso ao sistema bancário de milhões de brasileiros. Até 2005, foram abertas 6,6 milhões de contas nos bancos públicos federais, incluindo o Banco Popular do Brasil, também criado em 2003 e que atua em 24 estados. A inclusão bancária se dá através de contas simplificadas, isentas de tarifas e sem a exigência de comprovação de renda e endereço.

Com a regulamentação do Crédito Consignado, que são os empréstimos com desconto automático na folha de salários, foram beneficiados trabalhadores dos setores público e privado, além dos aposentados e pensionistas. Com estas e outras medidas, o Governo Federal está facilitando o acesso do trabalhador e do micro-empreendedor ao sistema financeiro e, conseqüentemente, ao crédito e outros serviços bancários. Vale lembrar a frase dita pelo comitê que entregou o prêmio Nobel da Paz: “uma paz duradoura não pode ser alcançada ao menos que grande parte da população possam sair da pobreza”.

Subseções Dieese do Sindicato e CUT Nacional