Os abusos continuam: Tarifas bancárias cobrem o orçamento de 12 Estados

O montante de tarifas bancárias somou o fantástico valor de R$ 31 bilhões em 2005, somente nos sete maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander Banespa e Nossa Caixa).

Numa comparação feita pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, essa dinheirama representa o orçamento de 12 Estados brasileiros. Com esse dinheiro, Amapá, Acre, Alagoas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraíba, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins financiam saúde, educação, transporte, saneamento e demais serviços por um ano.

Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a despesa de todos esses Estados soma R$ 28,8 bilhões.

Mais e mais – Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças mostrou que os  clientes estão pagando 384% mais caro pelas tarifas bancárias.

A pesquisa revela que os valores cobrados hoje são quase quatro vezes maiores do que em 2001. Neste mesmo período, a inflação medida pelo IPCA foi de 50,6%.

Em outro levantamento, do site VidaEconômica, algumas tarifas chegaram a aumentar até 49.000% no mesmo período. É o caso da Substituição de Garantias do Banco do Brasil. Em 2001 esse serviço custava R$ 0,30. Hoje, custa R$ 150,00.

Há cinco anos, o banco Itaú cobrava R$ 4,20 pela emissão da segunda via de um documento. Atualmente cobra R$ 200,00, uma variação de 4.661%.

Na média, um cliente pagava por 38 tarifas diferentes em janeiro de 2001. Hoje paga 58. “Os números mostram como os clientes são explorados pelos bancos. E este resultado pode ser visto nos balanços. A cada trimestre, as instituições mostram lucros crescentes”, diz a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

R$ 31 bilhões – Foi o lucro só com tarifas dos sete maiores bancos em 2005. O valor é maior que o orçamento de 12 Estados brasileiros.

384%  – É quanto foram reajustadas as tarifas desde 2001.

58 – Essa é a média de tarifas que os bancos cobram hoje.