O estresse, o trabalho e o tempo

De repente, parece que o estresse virou moda. Uma condição indispensável para a nossa vida pós-moderna onde o mundo total se sobrepõe ao mundo real.

Abandona-se o prazer das coisas ao seu próprio tempo na corrida louca que tenta tirar o atraso do não feito.

Crescer cinqüenta anos em cinco. Produzir oito horas em quatro. Atingir a meta anual em seis meses. Um trabalhador fazer o que antes faziam dois ou três.

O tempo, comandado pelo nosso relógio biológico, não leva tão à risca os minutos e os segundos. Ele é ocupado na função exata das nossas prioridades, assegurando o bem estar, a saúde, o prazer de planejar e executar, além do reconhecimento do fazer bem feito, respeitando os nossos limites e as nossas necessidades humanas.

Quando o tempo nos foge do controle, passamos a fazer sem pensar, sem prazer, sem reconhecimento, coisa de máquinas, sem emoções, sem vida.

Não é a toa que a ciência constata que as pessoas mais predispostas ao estresse são justamente aquelas que não têm a possibilidade de administrar seu próprio tempo.

Sempre existem boas razões para desacelerar nossa vida, reduzir a velocidade, mas, em geral, não perdemos tempo para procurá-las. Sempre acabamos por chegar aonde queremos, é uma questão de tempo e paciência.

A lebre vai mais rápido que a tartaruga. Chegará, talvez, primeiro, desde que não encontre pelo caminho o caçador e a espingarda.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente