Brasil é exemplo no combate à desigualdade
O Brasil passou a ser definido como exemplo no combate à desigualdade social por causa do desempenho econômico dos últimos anos, aliado às políticas de distribuição de renda. A análise vem de relatório da ONU.
O Brasil inverteu sua posição no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da ONU. Até 2005, o País era apontado como referência de desigualdade. Na edição de 2006 do RDH, o Brasil passou a ser definido como exemplo na melhoria da distribuição de renda. “Nos últimos cinco anos, o País combinou um sólido desempenho econômico com a redução na desigualdade de rendimentos e na pobreza”, sustenta o texto deste ano do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
O desempenho brasileiro é avaliado com base no índice de Gini, um indicador de desigualdade de renda da população que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor.
O índice do Brasil é menor que outras 17 nações da América Latina. Entre elas, Venezuela, Peru, Paraguai, Haiti, Jamaica e Haiti. A Noruega está em primeiro. Já o Níger, na África, aparece como o país com as piores condições para se viver.
Bolsa Família – O RDH 2006 destaca o programa Bolsa Família como um dos responsáveis pelos avanços do Brasil. “O crescimento econômico criou empregos e promoveu aumento real de salário. E um amplo programa social – o Bolsa Família – tem feito transferências de renda para 11 milhões de famílias que vivem na pobreza extrema ou moderada para ajudar na alimentação, saúde e educação, criando benefícios hoje e bases para o futuro”, frisa.
O relatório destaca que reduzir a desigualdade é importante porque é uma das formas de acelerar a redução da pobreza.
“A taxa de redução da pobreza de um país se dá em função de dois fatores. O crescimento econômico e a parcela desse crescimento apropriada pelos pobres. Em outras palavras, quanto maior a parcela que fica com as pessoas pobres, maior será a eficiência do país em transformar crescimento em redução da pobreza”, afirma.
Classificação – O RDH é calculado a partir de três pontos. Educação, que leva em conta as matrículas e o analfabetismo; saúde, calculada pelo tempo de vida; e renda per capita em dólares. O Brasil registrou avanços em longevidade e renda, mas manteve-se estável em educação.
Os dados se referem a medições feitas dois anos antes. Assim, o RDH do Brasil aumentou quatro pontos em 2004 em relação a 2003 e passou de 0,788 para 0,792. Os números mantém o País entre as 83 nações de médio desenvolvimento humano.
Apesar da melhora do índice brasileiro, o País perdeu uma posição na lista dos pesquisados. Em 2003, era o 68° e, agora, é o 69°.