Microcrédito impulsiona desenvolvimento do ABC

Com R$ 17 milhões emprestados em mais de 9 mil operações de microcrédito, o Banco do Povo de Santo André melhorou a vida de muita gente, impulsionou centenas de pequenos negócios e ajudou na criação de outros.

Juro baixo incentiva milhares de negócios

Há pouco mais de cinco anos, José Cláudio Nunes tomou a decisão de diversificar os produtos de sua recém  criada casa de materiais de construção e emprestou R$ 1.000,00 do Banco do Povo, em Santo André, para comprar esmaltes e tintas.

“De lá para cá não parei mais. Sempre que termino de pagar um empréstimo, faço outro para aumentar o estoque ou investir na estrutura do meu comércio”, disse ele.

Desde aquela época, Nunes aproveita os baixos juros do Banco do Povo e faz algum tipo de  investimento. No ano passado ele pegou um dinheirinho e comprou uma perua para a entrega de gás.

“A coisa funciona mesmo e as portas vão se abrindo”, comentou Nunes. Para ele, o Banco do Povo foi fundamental para seu crescimento. “A minha lojinha é pequena, mas abençoada”, afirma.

Assim como Nunes, milhares de pessoas na região aproveitam os juros baixos dos microcréditos para impulsionar seu comércio.

Dinheiro e formação – Funcionando desde 1998, o Banco do Povo já concedeu 9.525 empréstimos, cerca de 85% para empreendedores informais. O nosso Sindicato é um dos sócios da instituição.

“Normalmente, o dinheiro serve para capital de giro num pequeno negócio na periferia”, atesta o gerente executivo do Banco, Fernando Amorim.

Ele comenta que, além do crédito, o Banco do Povo oferece cursos de capacitação sobre gerenciamento, fluxo de caixa e marketing.

Amorim disse que um dos objetivos do banco é chegar na população de baixa renda de forma a impulsionar o desenvolvimento do ABC.

“Cada vez mais vamos às áreas mais pobres, que são as que mais pagam em dia”, explicou. Ele disse ainda que na maior parte dos casos o empréstimo significa melhorias no negócio, com aumento das vendas, e também para a família, como a compra de eletrodomésticos.

Empréstimos fazem negócios crescerem

Logo depois que se aposentou, há seis anos, Rejane Castro Morales comprou máquinas de costura com um empréstimo no Banco do Povo para a oficina que estava montando.

“São condições mais favoráveis, com juros baixos, e além disso o atendimento é muito bom. Lá, a gente se sente em casa”, disse ela.

De empréstimo em empréstimo, a oficina conta hoje com seis máquinas retas, empregando seis funcionárias.

Rejane disse que presta serviços para lojas de roupas. “Recebemos as peças e fazemos a mão de obra”, comentou.

Atualmente, de sua oficina saem entre 3.800 e 4.500 peças mensais e Rejane já pensa em aumentar seu negócio comprando mais máquinas. “Quando precisar, volto no Banco do Povo”, disse.

O casal Maria Rosa e José Costa também se deu bem emprestando dinheiro a juros baixos para usar como capital de giro na oficina mecânica da qual são sócios.

“O banco me ajuda a pagar fornecedores e honrar todos os meus compromissos”, explicou Rosa.

O casal também usa o banco para trocar cheques pré-datados. “Nos bancos tradicionais eles cobram juros de mais de 5%, além de uma taxa de borderô e outros R$ 20,00 ou R$ 40,00, dependendo do valor do chequ