Governo abre negociações com centrais
Quinta-feira acontece a primeira rodada de negociações entre as centrais e o governo sobre o reajuste do salário mínimo e da tabela do Imposto de Renda. Para o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, o melhor resultado da Marcha foi apresentar uma pauta para o desenvolvimento, justiça social e distribuição de renda, pontos do projeto do governo. Essa pauta, segundo ele, estabelece uma disputa com a elite, que defende uma agenda de reformas prejudiciais aos trabalhadores, como a da Previdência.
Negociações começam quinta-feira
Começou uma nova fase na luta dos trabalhadores pela correção da tabela do Imposto de Renda e pelo reajuste do salário mínimo.
Ontem, as seis centrais sindicais que junto com a CUT organizaram a Marcha a Brasília, entregaram a pauta ao governo e na próxima quinta-feira iniciam oficialmente as negociações.
Os sindicalistas se encontraram com um grupo de peso do governo. A pauta foi recebida por cinco ministros: Luiz Marinho, do Trabalho; Luiz Dulci, da Secretaria-Geral; Guido Mantega, da Fazenda; Paulo Bernardo, do Planejamento; e Nelson Machado, da Previdência Social.
Positivo – “O maior resultado da Marcha é que produzimos uma pauta para disputar a agenda do governo com a elite”, disse o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, que participa da mesa de negociações.
Segundo Feijóo, a pauta da Marcha se preocupa com o desenvolvimento e a distribuição de renda porque suas principais reivindicações, correção da tabela do Imposto de Renda e reajuste do mínimo, promovem justiça social ao aumentar o poder de compra dos trabalhadores.
“Nossa luta é pelo desenvolvimento e está de acordo com o projeto que venceu as eleições, um projeto voltado para a grande maioria da população”, salientou Feijóo.
“O projeto que perdeu as eleições quer fazer a disputa de agenda com o governo defendendo reformas que nos prejudicam, como a da Previdência e a trabalhista”, comparou Feijóo.
Pauta – O primeiro ponto das negociações será o reajuste do salário mínimo.
Nossa reivindicação é de 20%, elevando o salário para R$ 420,00.
O ministro Guido Mantega afirmou que o reajuste no mínimo não está descartado, mas defendeu um índice correspondente à reposição da inflação e ao crescimento do PIB.
A reivindicação dos trabalhadores para o Imposto de Renda é 7,7% de correção, índice que zera a inflação na tabela durante o governo Lula.
Mantega lembrou que a proposta do governo no Orçamento é uma correção de 3% .
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Aldo Rebelo, se comprometeram a acompanhar as negociações para que as propostas cheguem ao Congresso prontas para serem votadas sem resistências.
R$ 420,00 não prejudica a Previdência, diz Dieese
O diretor-técnico do Dieese, Clemente Lúcio, avalia que o reajuste do salário mínimo para R$ 420,00 não trará prejuízos à economia nem afetará negativamente a Previdência Social.
“O aumento do mínimo tem um efeito importante na economia no senti