Sindicato terá campanha de planejamento financeiro pessoal
Objetivo é ajudar os trabalhadores a evitar o endividamento. Proposta surgiu em seminário depois de pesquisa da Organização Internacional do Trabalho com a categoria.
O Sindicato vai desenvolver uma grande campanha na categoria para alertar os metalúrgicos do ABC sobre os riscos que o endividamento sempre traz aos trabalhadores.
A consultora da OIT que participou dos trabalhos, Bonnie Brusky, já demonstrou disposição de participar da iniciativa.
O programa terá ações em várias áreas e será também dirigido aos companheiros que não possuem dívidas para que evitem o problema no futuro.
A decisão foi aprovada na última quarta-feira, durante os debates do seminário Endividamento e educação financeira: problemas e soluções, realizado no Centro de Formação Celso Daniel.
O encontro foi organizado pelo Sindicato e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e contou com a participação de mais de uma centena de dirigentes, metalúrgicos, especialistas no assunto e representantes de empresas da região.
“O endividamento não é um problema apenas financeiro. É muito mais complicado e tem várias faces diferentes”, destacou o diretor-financeiro do Sindicato, Tarcísio Secoli, no encerramento do encontro.
Cultura – “Evitar que o endividamento sufoque as famílias exigirá o envolvimento de todos em um longo processo, sem prazo para acabar, mas que alcance uma verdadeira reeducação financeira de todos nós”, afirmou ele.
Baseado nas conclusões do debate, o dirigente lembrou que o endividamento é provocado por costumes, hábitos, educação familiar, aspectos psicológicos e outros fatores.
Assim é impossível resolvê-lo do dia para a noite.
Por isso, Tarcísio propôs a campanha envolvendo CSEs para multiplicar o assunto no chão de fábrica, os meios de comunicação do Sindicato para divulgar as propostas, pesquisas que meçam o alcance e o resultado das ações e a preparação de dirigentes no assunto.
O Sindicato cuidará da formação de um comitê para organizar as ações na categoria e envolver sindicatos, empresas e outras entidades na iniciativa.
Resultado não assusta mas preocupa
O seminário foi montado com base em pesquisa realizada pelo Sindicato e a OIT na categoria. Ao apresentar os resultados, Bonnie Brusky disse que esperava um endividamento maior (veja os números no quadro). “Fiquei surpresa”, afirmou.
A consultora ressaltou que estar livre de dívidas não significa não correr o risco de cair no endividamento. “Muita gente não está mas pode ficar”, acentuou. “Usar o cheque especial todo o mês, por exemplo, já é um sintoma perigoso”, alertou Bonnie.
Ela frisou que, diferente do que muitos pensam, o crédito consignado não é a maior fonte de dívidas entre os metalúrgicos do ABC. As principais causas são o uso frequente de empréstimos (cheque especial, cartões de crédito etc.); gastos com veículos e despesas familiares ou residenciais.
Presente no debate, a consultora em educação financeira, Cássia D’Aquino, notou que os resultados são naturais, pois demonstram a confusão que 20 anos de super-inflação jogaram a população brasileira.
“Enquanto os americanos convivem com a mesma moeda há 200 anos e os ingle