Mulheres abrem maior ação trabalhista dos EUA

Dois milhões de mulheres contra o Wal-Mart

Ao dar ganho a um processo de discriminação sexual contra o Wal-Mart, a Justiça norte-americana abriu caminho para a maior ação trabalhista coletiva dos Estados Unidos. Na ação, a empresa é acusada de pagar menos às funcionárias e dar-lhes menos promoções que aos homens.

A decisão da Justiça permitirá que cerca de dois milhões de mulheres que trabalharam para a rede de supermercados desde 1998 também solicitem a equiparação salarial.

O processo foi aberto por seis funcionárias em 2001, representadas pela Impact Fund, uma entidade sem fins lucrativos com sede na Califórnia.

O juiz do caso considerou os números apresentados, mostrando que as mulheres recebem menos que os homens em todas as regiões do país, que a disparidade salarial existe na maioria das funções, que a diferença de salário aumenta com o decorrer do tempo mesmo numa mesma função e que a porcentagem de mulheres vai sendo reduzida à medida que sobe a hierarquia.

Segundo a entidade Impact Fund, as mulheres levam 4,4 anos para serem promovidas a gerente-assistente, enquanto para os homens esse tempo é de 2,9 anos. Ela concluiu que as mulheres gerentes ganham um salário médio de R$ 180 mil ao ano, enquanto que os homens na mesma posição ganham R$ 210 mil por ano.

Ação pode inspirar outros processos

A diretora do Sindicato, Michele Silva, coordenadora da Comissão de Mulheres, acredita que essa ação tenha uma forte influência no mundo todo e possa encorajar mais mulheres a buscar os mesmos direitos.

“Não adianta constatar e denunciar que a diferença salarial entre homens e mulheres é um fato no mundo todo, especialmente no Brasil. É preciso luta para vencer os obstáculos impostos a nossa ascensão profissional e cidadã. Essa ação mostra reconhecimento da sociedade na conscientização das mulheres em busca da igualdade de oportunidades”, salienta Michele.