Campanha salarial de 1979: 28 anos da greve geral da categoria
A greve de 1979 durou 60 dias e foi o primeiro grande movimento de massas da classe trabalhadora depois do início da ditadura militar.
No dia 13 de março de 1979, os metalúrgicos de São Bernardo, Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires iniciaram greve geral em decorrência da campanha salarial.
Na pauta estão reposição da inflação, aumento real, criação do delegado sindical, jornada de 40 horas semanais, reajustes trimestrais de salários e estabilidade para os acidentados.
Aquela greve foi o primeiro grande movimento da classe operária a partir da ditadura militar iniciada em 1964. Foi uma greve diferente, fora da fábrica e sem piquetes, com realização de assembléias diárias. Também reivindicava democracia no Brasil.
O movimento foi violentamente reprimido, com a polícia perseguindo e espancando trabalhadores, com a Justiça do Trabalho julgando a ilegalidade da greve e com a intervenção do Ministério do Trabalho no Sindicato, afastando a diretoria comandada por Lula.
A paralisação durou dois meses, até 13 de maio, quando os metalúrgicos aceitaram proposta patronal de pagamento dos dias parados, aumento de 11% conquistados nas greves de maio do ano anterior e encaminhamento de legislação sobre mudanças no Fundo de Garantia, estrutura sindical e do sistema de negociação coletiva.
Naquele ano, os trabalhadores realizaram um dos maiores atos de 1º de Maio, com a participação de cerca de 150 mil pessoas em manifestação realizada no Estádio de Vila Euclides.