O que o etanol reserva para o Brasil

Etanol: Futuro do País pode estar nele

Estudo da Universidade de Campinas mostra que o etanol brasileiro tem capacidade de substituir 10% de toda a gasolina do mundo em 20 anos, desde que receba investimento de R$ 20 bilhões por ano. O Brasil não tem esse dinheiro todo, mas os Estados Unidos têm.

Caso os investimentos ocorram, as exportações de etanol passarão de 2,8 bilhões de litros por ano para 200 bilhões de litros em 2025 e a área plantada de 5,6 milhões de hectares para 30 milhões de hectares. Segundo o estudo, isso representa menos de 10% da área disponível, o que torna desnecessário invadir florestas ou área agrícola.

A expansão da produção se daria principalmente no Norte e Nordeste, mas não em São Paulo porque a densidade de usinas no Estado já é elevada.

Etanol é o álcool produzido pela cana-de-açúcar, o mesmo que vai nas bebidas. É considerado o melhor entre os vários tipos de biocombustíveis existentes.

O governo brasileiro acredita bastante no sucesso deste projeto, pois ele tem tudo para alavancar o crescimento do País com distribuição de renda – principalmente por seu aproveitamento pela agricultura familiar – e a criação de milhares de empregos.

É dentro deste contexto que deve ser analisada a passagem de George Bush ao Brasil.

Primeiro acordo é assinado

O primeiro passo para os investimentos foi o acordo de cooperação em biocombustíveis que representantes do Brasil e dos Estados Unidos assinaram enquanto o presidente Lula e Bush discutiam detalhes do projeto em uma unidade da Transpetro, uma subsidiária da Petrobrás, em Guarulhos.

Reconhecimento – O documento garante a colaboração entre os dois países para desenvolver a tecnologia dos biocombustíveis; trabalhar para levar os benefícios a países pobres, principalmente na América Central e África; e tornar o biocombustível um produto com padrão de reconhecimento mundial.

Capacidade –  A unidade da Braspetro não foi escolhida ao acaso. Naquele posto passam todo o mês 14 milhões de litros de biodiesel e 10 milhões de álcool.

Lá, o presidente norte-americano colocou um capacete da Petrobrás e elogiou a tecnologia brasileira para a produção do etanol, que considerou a melhor do mundo.

Lula responde a Bush

Após a reunião, Bush disse que os Estados Unidos participam do projeto porque são uma nação generosa e cheia de compaixão, que se preocupa quando vê pobreza.

Lula não gostou e deu a resposta. “Não precisamos ficar discutindo ajuda aos países pobres. Temos de discutir projetos que signifiquem desenvolvimento, que a gente veja o resultado do dinheiro investido”, afirmou.

“Estou convencido de que se o programa de biocombustível financiar projetos nos países mais pobres e os países ricos comprarem o biodiesel e o álcool produzidos, vamos ver o investimento dar resultados e gerar empregos. Essa é a grande forma de ajuda que os países ricos podem dar aos mais pobres”, disse Lula.

“A democratização não foi suficiente para impedir que milhões de sul-americanos vivam em condições de extrema pobreza. Nós, presidentes, devemo