Greve na Fris vai a julgamento

TRT julga dissídio na quinta-feira que vem e Sindicato espera reconhecimento político do movimento, já que fábrica não cumpre com determinações judiciais.

TRT julga greve semana que vem

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) marcou para a próxima quinta-feira, dia 12, o julgamento do dissídio dos trabalhadores na Fris Moldu Car, de São Bernardo. Eles estão em greve há 44 dias pelo pagamento de todos os salários deste ano e o 13º do ano passado.

O diretor do Sindicato, José Paulo Nogueira, acredita que o melhor resultado do julgamento seja o político, de reconhecimento da luta e dos direitos dos trabalhadores, diante de todo o descaso do patrão.

“Um cenário provável no julgamento é o TRT determinar que a empresa pague o que deve aos companheiros e pedir para que voltem ao trabalho, o que configuraria a legitimidade da greve” previu Zé Paulo. No entanto, segundo ele, como a fábrica não costuma cumprir com suas obrigações, a situação deve se manter inalterada.

Falência – Outro instrumento a favor dos trabalhadores, lembrou o dirigente, é o pedido de falência que foi oficializado na Justiça. “O patrimônio da Fris está todo dividido entre seus credores. Com a possível decretação da falência a gente consegue colocar os trabalhadores no mesmo patamar que os credores”, explicou Zé Paulo.

Fábrica não quer resolver demanda

É desmedido o mau caratismo da diretoria da Fris. Um grupo de advogados representantes da empresa fez a seguinte, e absurda, proposta de acordo nesta semana.

Se os trabalhadores retornarem ao trabalho hoje, a fábrica começaria a pagar os atrasados daqui a 45 dias, divididos em 36 vezes sem qualquer correção.

Com o retorno ao trabalho, a empresa demitiria 220 companheiros e tocaria a fábrica com apenas 50. Para pagar os 220 companheiros, tentaria dar o prédio e terreno como garantia de pagamento. Porém, prédio e terreno estão penhorados.

Não houve proposta para acertar o pagamento dos 100 trabalhadores demitidos no final do ano passado e que ainda não receberam integralmente seus direitos.