Em defesa do veto à Emenda 3: Mobilização permanente
Os trabalhadores não podem baixar a guarda e devem manter a mobilização pela manutenção do veto do presidente Lula à emenda 3. O alerta é do presidente nacional da CUT, Artur Henrique. Mesmo com o apoio do governo aos trabalhadores e à abertura de negociações, Artur considera que a emenda ainda não foi derrotada. O ato de terça-feira foi vitorioso, mas a mídia o escondeu.
Perigo ainda não passou
A mobilização de terça-feira, dia nacional de luta em defesa do veto do Presidente Lula à emenda 3, foi vitoriosa, mas a luta continua, pois a emenda ainda não foi derrubada.
O alerta é do presidente nacional da CUT, Artur Henrique, avisando que os trabalhadores devem permanecer mobilizados e prontos para novas ações, caso os parlamentares queiram derrubar o veto do presidente Lula.
Ainda na terça-feira, depois dos protestos, as centrais reuniram-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para estabelecer uma agenda de negociação sobre o tema. Um novo encontro está marcado para o dia 23.
Segundo Artur, o ministro se comprometeu em trabalhar para que o presidente do Senado, Renan Calheiros, não paute a votação do veto até esse dia.
“Nosso problema é que não temos controle sobre a data que a emenda será colocada em votação. Portanto, a mobilização deve permanecer”, disse Artur, lembrando da forte pressão dos empresários e dos meios de comunicação pela derrubada do veto.
“Existem mais de 630 vetos no Congresso, alguns ainda do governo Itamar Franco. Não há lógica em acelerar a votação apenas deste caso”, protestou Artur.
Rompimento – Para ele, qualquer tentativa de colocar o assunto a voto sem o entendimento com as centrais será caracterizado como rompimento das negociações. “Se isso ocorrer, só caberá a greve, greve geral inclusive, como em qualquer processo de negociação”, afirmou Artur.
Nesse caso, o presidente da CUT afirma que a central está preparada para deixar todos os fóruns do governo relativos a trabalho e Previdência se o veto de Lula for derrubado.
“Caso o Congresso derrube o veto, não há mais o que conversar ou discutir porque acabaram as relações formais de trabalho. Com a emenda 3 não teremos mais direitos. Vamos sair de todos os fóruns e fazer greve geral em todo o País”, ameaçou o presidente da CUT.
“Os metalúrgicos deram seu recado”
Nossa categoria respondeu em peso ao chamado da CUT e das outras centrais para protestar conta a emenda 3, que abre as portas para o fim da carteira profissional e de todos os direitos que ela garante.
“O resultado das manifestações foi bastante positivo, mostrando que os metalúrgicos do ABC não vão aceitar calados essa ameaça aos direitos”, disse José Paulo Nogueira, diretor do Sindicato.
Ele comentou que, pela disposição mostrada, existe clima para protestos mais intensos. “A adesão foi acima da expectativa, o que mostra o grau de conscientização da companheirada”, comentou Zé Paulo.
As manifestações começaram logo às 6h. Nas montadoras, os companheiros realizaram assembléias nas ruas próximas das fábricas, interrompendo o tráfego at&eacut