Cresce a taxa de sindicalização no Brasil

Geração de empregos formais eleva o número de trabalhadores sócios dos sindicatos.

O aumento do emprego
formal e a luta dos sindicatos
para representar cada vez
melhor os trabalhadores resultaram
na expansão do número
de sindicalizados no
Brasil. Em 2005, cerca de
18% dos trabalhadores eram
sindicalizados. Esse percentual
é pequeno, mas vem crescendo
desde 2001, quando
a taxa era de 16%.

Márcio Pochmann, economista
da Unicamp, diz que
a sindicalização subiu devido
a dois movimentos. No setor
rural, por causa do Pronaf
(Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura
Familiar), no qual a participação
dos sindicatos é definitiva
para ter acesso ao crédito
rural.

No setor urbano, o que
puxa a sindicalização é a recuperação
do emprego com
carteira assinada, especialmente
nas grandes empresas.

De 1995 a 1999, houve
queda na sindicalização.
“O contexto da sindicalização
foi tão grave que só 8 a
cada 100 trabalhadores ficavam
sócios dos sindicatos”,
conta Pochmann.

“De 1999 a 2005, o
ambiente da sindicalização se
mostrou tão favorável, porque
houve a expansão de 13,7
milhões de novos postos
acompanhada do adicional
de 4,2 milhões de novos sindicalizados.
Em resumo, a
cada 100 trabalhadores que
encontraram uma ocupação,
31 terminaram se sindicalizando”,
calcula o economista.

Para Clemente Ganz,
economista do Dieese, com a
melhora do mercado de trabalho,
os sindicatos voltaram
a ter mais sócios e as negociações
salariais voltaram a ter
importância. “O sindicato
passa a ter mais visibilidade
junto às bases”, afirma.

O técnico do Dieese diz
que os sindicatos ganharem
mais poder de fogo nas negociações
salariais com a economia
estabilizada. Em 2006, os
trabalhadores obtiveram aumento
real acima da inflação
em 86% das negociações salariais
realizadas, o melhor resultado
nos últimos 11 anos.