Irmã Dorothy: Mandante de crime vai a julgamento
Integrantes dos movimentos
sociais do Pará estão
organizando um acampamento
para pressionar o Estado
a fazer justiça no episódio
do assassinato da irmã
Dorothy Stang, ocorrido
em Anapu no dia 12 de fevereiro
de 2005.
A religiosa católica era
defensora dos trabalhadores
rurais assentados.
O acampamento será
montado em frente ao Tribunal
de Justiça do Estado,
em Belém, durante o julgamento
do fazendeiro Vitalmiro
Bastos de Moura, o
Bida, um dos mandantes do
assassinato, nestas segunda e
terça-feira.
Luciney Vieira, coordenador
do Comitê Dorothy,
disse que o objetivo do
acampamento é a busca por
justiça. “Também pretendemos
trazer a temática da violência
contra trabalhadores
rurais para discussão junto
à população”, disse.
Faltam os mandantes –
Ele teme também o resultado
do julgamento, pois
a impunidade impera no
Pará. “Para muita gente a
justiça já foi feita, porque os
que apertaram o gatilho já
estão presos, mas ainda falta
os mandantes do crime
serem condenados”, observou
Vieira.
Além de Bida, mais
quatro homens estão envolvidos
no assassinato de irmã
Dorothy. Raifran das Neves
Sales, o Fogoió, autor dos seis
tiros que mataram a religiosa
e Clodoaldo Batista, que
presenciou a execução, foram
os primeiros a serem
julgados e vão cumprir, respectivamente,
27 e 17 anos
de cadeia
Os
outros dois envolvidos
são Amair Feijoli da
Cunha, o Tato, fazendeiro
responsável por intermediar
o assassinato e condenado a
18 anos de prisão, e o fazendeiro
Regivaldo Pereira
Galvão, que aguarda julgamento
em liberdade, beneficiado
por uma decisão do
Supremo Tribunal Federal.