Backer quer enfrentamento com metalúrgicos

Backer compra briga com a categoria

Com a demissão arbitrária
do diretor do Sindicato
Joaquim José de Oliveira, a
Backer comprou uma briga
com a categoria ao afrontar
o direito de organização dos
trabalhadores. Joaquim, que
é membro do Comitê Sindical,
foi demitido por justa
causa na tarde de terça-feira
após ser ameaçado de morte.

“Com essa atitude a fábrica
atenta contra a democracia,
contra o legítimo direito
de organização sindical”,
protestou Sérgio Nobre,
diretor do Sindicato.

Para Wagner Santana,
presidente do Comitê Mundial
dos Trabalhadores na Volks
e também diretor do Sindicato,
a Backer mostra uma postura
atrasada e truculenta que
deve ser repudiada por todos.

“Patrão que tem a cabeça
no passado merece tratamento
na mesma medida”, afirmou.

Ditadura – Moisés Selerges, secretário
da Comissão de Fábrica
dos Trabalhadores na Mercedes-
Benz, avalia a atitude da
Backer como um retrocesso
que merece o repúdio de todos.
“Esse era o comportamento
da ditadura militar,
ameaçar de morte e demitir
sindicalistas. Vivemos num
País em que não cabe mais
isso. O caso é grave e merece
uma resposta à altura da categoria.
Jamais vamos aceitar
esse atentado, não só contra
o companheiro Joaquim, mas
contra todos que sofrem qualquer
tipo de ameaça”, disse.

O coordenador do Sistema
Único de Representação
dos Trabalhadores na
Ford, João Cayres, considerou
absurda a demissão e afirmou
que o comportamento
da Backer se assemelha ao
comportamento das fábricas
no passado. “Esse tipo de retaliação
à representação sindical
representa uma volta
aos anos 70. A atitude da
fábrica não é compatível com
o atual estágio que a sociedade
vive” observou João Cayres.

Perseguição – O episódio que resultou
na demissão de Joaquim começou
em abril com a luta
pela PLR. A fábrica suspendeu
um cipeiro e elaborou ocorrência
contra o Sindicato.

No início de maio, Joaquim
foi abordado por dois
homens numa moto que lhe
ameaçaram de morte se não
parasse de fazer oposição a
Backer.