O perfil do Congresso Nacional

Nesta nova legislatura, o
Congresso ficou mais à
esquerda, com pouca
representação feminina
e de trabalhadores e
com mais
empresários.
Representante
indígena não
tem nenhum
e somente 15
congressistas
se declararam
negros.

Congresso Nacional é dominado por homens brancos

O atual Congresso mantém
traços do anterior. Continua
dominado por homens
brancos e tem baixa representação
de mulheres, operários,
negros e minorias.

São 11 mulheres para as
81 vagas no Senado e 45 mulheres
nas 513 vagas na Câmara
Federal. Apenas 13 deputados
e dois senadores se
declararam negros. Não há
representante indígena.

Se esta nova legislatura
não mostrou mudanças raciais
ou de gênero, houve uma
movimentação ideológica.

Os partidos de esquerda
e centro-esquerda nunca
tiveram tanto espaço como
agora. São 185 das 513 vagas
na Câmara, 36% no total,
superando a bancada formada
pelos partidos de direita
e centro-direita.

Ao contrário das outras
legislaturas, o número de empresários
cresceu em partidos
de centro-esquerda e não nos
partidos conservadores.

Dos congressistas que assumiram
mandato neste ano,
entre titulares e suplentes,
219 são empresários.

Este perfil do Congresso
faz parte de levantamento
feito pelo Departamento
Intersindical de Assessoria
Parlamentar, o Diap.

Ele aponta ainda que os
eleitores aumentaram a exigência
de maior transparência
e honestidade por parte
dos parlamentares, resultando
no aumento do quórum
das sessões.

Frentes e bancadas têm forte atuação

As frentes parlamentares e as bancadas
suprapartidárias nasceram informalmente
durante a Assembléia Constituinte
(1986 a 1988) para atender interesses de
grupos. Uma das mais ativas foi a bancada
ruralista, nascida a partir da UDR – União
Democrática Ruralista, que continua forte
até hoje.

Em 1997, o Diap apontava a existência
de 12 grupos. Hoje, a conta é da existência
de 112 frentes e 8 bancadas.

As frentes têm atuação unificada em
função de interesses comuns, independentemente
do partido político.

A cientista política Fabiane Cunha diz
que as frentes e bancadas surgiram para preencher
um váculo deixado pelos partidos.

“Elas não enfraquecem os partidos e são
uma atividade paralela ao trabalho tradicional
dos deputados e senadores”, explica.

Os grupos de interesse mais expressivos

Bancada Ruralista

Vota contra todos os
projetos sobre reforma
agrária. Atualmente
tem cerca de 20 deputados.
Defende sucessivas
renegociações de dívidas dos
produtores rurais. Luta por medidas
para reduzir o custo da produção, o
imposto do óleo diesel, mudanças na
legislação ambiental e liberação de
defensivos e medicamentos veterinários genéricos.

Frente das Micro
e Pequenas
Empresas

Uma das frentes que
representa os patrões.
Conseguiu a aprovação do Simples, que unifica o recolhimento
de todos os tributos, e
agora quer reduzir em 10% a multa
nas rescisões sem justa causa.

Frente Parlamentar
Evangélica

Tem 58 congressistas
que defendem interesses
das igrejas
surgidas recentemente.
23 são vinculados à Assembléia de
Deus e 22 à Igreja Universal. Votam
contra propostas de conteúdo
moral, como legalização do aborto
e casamento entre homossexuais

Bancada
do
Gatilho

Representa
a indústria
de armas.
Atuou bastante na
defesa do não no plebiscito
sobre desarmamento.

Bancada
da Bola

Derrubou pareceres
dos relatores das
CPIs sobre as contas
da CBF, reduzindo
as punições aos cartolas.
Teve atuação decisiva na aprovação da Timemania.

Frente
do Meio
Ambiente

Conta com
248 parlamentares
e defende políticas públicas pelo
controle da poluição.

Frente pela
Informática

É uma das
mais articuladas
e conseguiu
redução
de impostos na cadeia
produtiva dos sof