Campanha salarial – Comissões querem avanços sociais

Entre as propostas de inclusão
de novas cláusulas sociais
na pauta de reivindicação
da campanha salarial deste
ano, uma parte significativa
delas partiu das comissões
temáticas (jovens, mulheres,
pessoas com deficiência e negros).
“A luta é por direitos
que nos dêem melhores condições
de trabalho e igualdade
de oportunidades”, resume
Michele da Silva, da Comissão
de Mulheres Metalúrgicas.

No caso específico das
mulheres, Michele relaciona
reivindicações como licença
maternidade igual a comum
para mãe adotante de crianças
maiores de um ano, licença
internação para o acompanhamento
pelas mães e pais de parentes
próximos em tratamento
médico, garantias de emprego
e licença remunerada em
caso de aborto e unificação dos
valores do auxílio creche.

Lei de Cotas – A principal reivindicação
dos trabalhadores com
deficiência é o cumprimento
da lei de cotas pelas empresas
(contratação proporcional
ao total de trabalhadores).
Junto com isso, eles pedem
garantia de acessibilidade nas
fábricas, ou seja, que as empresas
criem condições para
receber trabalhadores com
deficiência e jornada flexível
para facilitar a locomoção.

Já o recém criado Coletivo
de Juventude da Federação
Estadual dos Metalúrgicos
da CUT voltou a eleger a
subvenção de estudo como
prioridade na campanha.
Uma novidade é fazer as empresas
se voltarem para os jovens
em liberdade assistida.
“A idéia é abrir oportunidades
de trabalho para reinserção
social desses jovens”, explica
Wellington Damasceno,
do Coletivo.

Postura – Construir um ambiente
de trabalho que coiba posturas
discriminatórias é um dos
objetivos da Comissão de
Combate ao Racismo. “Isso
passa pela reeducação e mudança
de posturas das pessoas.
As empresas devem admitir
que o racismo existe e discutir
códigos de conduta que
transformem essa realidade”,
afirmou Maicon Michel da
Silva. Ascensão a postos de
comando e exames periódicos
de anemia falciforme são
outras duas propostas.

Discriminações estão mais
presentes no trabalho

As propostas apresentadas
pelas comissões temáticas
estão em sintonia
com a campanha pelo trabalho
decente da Organização
Internacional do Trabalho,
a OIT.

Relatório da Organização
apresentado neste mês
mostra que além das tradicionais
discriminações por
gênero e raça novas formas
estão se intensificando no trabalho.

Segundo a OIT, é cada
vez mais comum o preconceito
na contratação de trabalhadores
jovens ou mais velhos,
pessoas com deficiência, pessoas
vivendo com HIV e com
orientação sexual diversa.

A diretora da OIT no
Brasil, Laís Abramo, afirma
que para combater as formas
recentes de discriminação é
preciso, em primeiro lugar,
reconhecer a existência dessas
barreiras.

“É importante políticas
públicas voltadas a esses aspectos,
mas que também
haja uma ação decidida dos
trabalhadores e dos empregadores
para encontrar a
melhor forma de combater
essas discriminações”, disse.