Campanha combate consumo excessivo de álcool

Os adolescentes brasileiros
começam a beber aos 12
anos, em média. Aos 18, parte
deles já é dependente das
bebidas.

Além das mortes e das
despesas econômicas que a
doença provoca, o resultado
é notado nos cofres públicos.

Entre 2002 e junho de
2006, o SUS (Sistema Único
de Saúde) gastou R$ 37 bilhões
em tratamento de pessoas
com dependência alcoólica.

Diante desse quadro, o
governo federal lançou a
nova Política nacional sobre o
álcool
, que tem como foco a
diminuição do consumo de álcool entre os jovens. As
medidas anunciadas visam
regulamentar propagandas,
diminuir postos de vendas e
proporcionar atenção integral
às pessoas que apresentam
problemas decorrentes
do excesso de consumo de
bebidas (veja abaixo).

Participaram da elaboração
do decreto os Ministérios
da Saúde, Cidades, Educação
e Justiça, além do Conselho
Nacional Antidrogas.

A campanha também
pretende, a longo prazo, diminuir
os efeitos relacionados
ao álcool no Brasil, como os
altos índices de homicídios e
mortes no trânsito.

Luizemir Lago, especialista
no assunto, aponta o álcool
como um grande vilão.
“Os jovens são muito sensíveis
à publicidade”, diz ela. “Há
uma propaganda em especial
que convida as pessoas a
beberem em um determinado
dia da semana, como se
isso fosse um hábito especial”,
alerta. “Isso precisa ser repensado”,
afirma Luizemir.

Os efeitos nocivos da bebida

A bebida é uma das
grandes causadoras de mortes
no trânsito em São Paulo.
Cerca de 43% dos casos
registrados em 2005 estavam
relacionados ao consumo de
álcool. A maioria das vítimas
era homem, com idade entre
20 e 29 anos.

Perto de 13% dos brasileiros
com idade entre 12 e
65 anos são alcoólicos. A cada
seis homens que experimenta
o álcool, um se torna alcoólico.
Entre as mulheres, uma
em cada dez se torna dependente
da bebida.

Em 2004, 40% das vítimas
de armas de fogo estavam
embriagadas. Cerca de
75% dos jovens que consomem
bebida alcoólica praticam
sexo sem preservativo.

Regras gerais da Política
Nacional sobre o Álcool

Incentivar a regulamentação,
monitoramento e
fiscalização da publicidade
de bebidas alcoólicas, de
modo a proteger os jovens.

Estimular ações que restrinjam
os pontos de venda e
consumo de bebidas.

Fortalecer a fiscalização
das medidas previstas em lei
que pretendem desestimular
a associação entre o consumo
de álcool e o ato de dirigir.

Fortalecer as redes locais
do SUS para dar atenção
especial às pessoas que apresentem
problemas decorrentes
do consumo de álcool.

Promover ações de comunicação,
educação e informação
relativas às consequências
do uso de bebidas alcoólicas.

Privilegiar as iniciativas
de prevenção ao uso prejudicial
de bebidas nos ambientes
de trabalho.

Diadema é exemplo. Ribeirão está na contramão

Desde 2002, Diadema
implantou a lei seca, fechando
os bares da cidade
entre 22h e 6h. A redução
no consumo de álcool fez a
taxa de acidentes de trânsito
cair 30% e o número de
homicídios diminuir 80%.
Em 2000, foram registrados
238 crimes de morte na cidade. No ano passado, este
número caiu para 78.

A violência doméstica
também baixou 55% desde a
aprovação da lei.

A cidade era considerada
a mais violenta do Estado.

Na contramão da defesa
da saúde pública, a Câmara
de Ribeirão Pires aprovou
em primeira votação projeto
de lei que libera a venda
de bebidas alcoólicas em
lojas de conveniência.

A decisão só foi temporariamente
adiada porque
houve manifestação
contrária da sociedade e órgãos
de defesa da criança e
do adolescente.