Reforma Política: Os prós e os contras da lista fechada

Lista flexível pode resolver impasse

Ao contrário do que
previa o presidente da Câmara
Federal, Arlindo Chinaglia, a reforma política
teve problemas já em sua primeira
votação.

Parlamentares contrários
ao sistema de lista fechada
(veja abaixo) se rebelaram e
provocaram o adiamento da
discussão.

Na tentativa de garantir
a aprovação da reforma ainda
nesta semana, Chinaglia
reúne os líderes partidários
hoje para discutir uma proposta
alternativa à lista fechada.
Trata-se da chamada lista
flexível
. A maioria dos deputados
demonstrou disposição
em aprovar esta solução intermediária.

Nas listas fechadas, o
eleitor vota no partido, que elaborara listas com os candidatos.
São eleitos os primeiros
colocados nas listas para
as câmaras municipais, estaduais
e federal.

Pelas listas flexíveis, o eleitor
também vota no partido,
mas depois escolhe o candidato
de sua preferência entre
os nomes da lista elaborada
pela legenda.

Lista e financiamento – Segundo seus defensores,
as listas são fundamentais
para a entrada em vigor de
outro ponto importante da
reforma política, o financiamento
público das campanhas
eleitorais (veja abaixo).

Com o financiamento público,
o governo tem um limite
de gastos para pagar as campanhas,
o que evitaria que os partidos
buscassem financiamentos
particulares e diminuiria a possibilidade
de corrupção.

Ainda conforme seus
defensores, o financiamento
público só é possível com as
listas. Sem elas é impossível o
governo definir quanto dinheiro
caberia a cada candidato,
pois isso é tarefa dos
partidos.

Entenda os prós e os contras das principais mudanças

Voto em lista

A favor
obriga os políticos a se engajarem mais
na vida partidária, na tentativa de encabeçar
a lista
os partidos ficam mais fortes porque o
eleitor vai fazer a opção partidária
as campanhas ficarão mais baratas porque
o candidato concorre com pouca publicidade
pessoal

Contra
o eleitor perde o poder de escolher seu
candidato preferido e torna mais frágil o vínculo
com o representante
o poder econômico não é eliminado
porque candidatos com dinheiro poderão
comprar os melhores lugares na lista
caciques partidários podem preencher
a lista com familiares e apadrinhados sem dar
a vez a novos líderes

Financiamento público

A favor
partidos e candidatos ficam menos dependentes de financiamentos
privados, o que reduz a influência do poder
econômico nas eleições
diminui o poder das empresas privadas influírem nos
votos dos candidatos de quem financiaram as campanhas
maior transparência dos gastos eleitorais pois os recursos
repassados aos partidos serão conhecidos
redução dos custos de campanha pois, pelo menos na
teoria, só será possível gastar recursos públicos

Contra
só o financiamento público não resolve desvios de conduta
e corrupção
não há garantia de fim do caixa dois, o que manteria
a influência do poder econômico nas eleições
doações ilegais vão continuar a ser feitas pois os recursos
públicos dificilmente serão suficientes para pagar as campanhas