Discriminação: Juiz não atende trabalhador de chinelo

Está causando enorme
repercussão negativa a atitude
do juiz da 3ª Vara do Trabalho
de Cascavel, Bento
Moreira, de cancelar uma
audiência em razão do trabalhador
Joanir Pereira estar
usando chinelos de dedos.

O juiz alegou que o calçado
é incompatível com a dignidade
do Poder Judiciário.

O advogado do trabalhador
ainda tentou argumentar
que Joanir estava usando a
melhor roupa que tinha. Mas
não teve jeito e o juiz marcou
uma nova audiência para o dia
14 de agosto.

O advogado disse que
vai entrar com uma ação indenizatória
contra o juiz. “Ele
desrespeitou a Constituição,
que assegura acesso ao Poder
Judiciário a todos os cidadãos”,
comentou.

O Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) do Paraná
disse que o juiz Bento Moreira
terá de dar explicações,
mesmo porque ele já havia
sido orientado pela Corregedoria
para não exigir vestuários
especiais dos trabalhadores.
O TRT também pediu
para ele antecipar a audiência,
pois Joanir está desempregado.

O presidente da Associação
Nacional dos dos Juízes
do Trabalho, Cláudio Montesso,
disse que a decisão de
Bento Moreira está em desacordo
com o pensamento dos
juízes comprometidos com o
exercício da cidadania.

“A atitude indica que os
mais humildes não são dignos
da atenção dos juízes e serve
apenas para afastar o cidadão
da Justiça e desprestigiar os
juízes perante a população”,
comentou.

Apesar das pesadas críticas,
Bento Moreira assume
sua posição discriminatória.
Ele disse que o juiz tem plena
autonomia para exercer a
profissão e pode recomendar
o traje a ser utilizado nas audiências.