A mídia tem lado: Folha de S. Paulo distorce informação sobre emprego
Neste momento em que
a criação de empregos formais
bate recordes seguidos,
com a abertura de mais de
900 mil postos nos cinco primeiros
meses do ano, a Folha
de S. Paulo consegue fazer
uma matéria para dizer
que o mercado de trabalho
está estagnado.
O título da matéria é
IBGE aponta estagnação do mercado
de trabalho, publicada na
página B9 do dia 22 de junho.
Estagnar, segundo o dicionário
Aurélio, significa
paralisar, não progredir, falta
de movimento. Em economia,
estagnar é uma situação
em que não existe crescimento
do produto ou do emprego.
Como é possível, então,
não haver crescimento de
emprego – como diz o título
da matéria da Folha – se
foram abertas mais de 900
mil vagas no País?
É que a Folha, além de
escrever um título que não
corresponde a verdade, ainda
coloca um instituto oficial,
o IBGE, como fonte dessa
informação.
A justificativa deles é
que a taxa de desemprego ficou
em 10,1% pelo terceiro
mês consecutivo. E o jornalista
deduz que, se a taxa ficou
na mesma, o número de
empregos continua igual.
Certo? Errado!
A taxa só ficou igual
porque foram criados empregos
suficientes para as
pessoas que voltaram ao mercado.
Em épocas de contratações,
muitas pessoas que
tinham desistido voltam a
procurar emprego. Assim a
taxa só fica igual se novas
vagas forem abertas.
A mentira só é desfeita
nos últimos parágrafos da
matéria, quando o repórter
escreve que as contratações
com carteira assinada subiram
3,9% se comparadas
com maio do ano passado.
Portanto, houve má-fé da
Folha, já que colocou um título
que desmente a matéria.
Eles não fizeram isso
por acidente. Pesquisas mostram
que a maior parte das
pessoas só lêem os títulos da
matéria. Quem fez isso, caiu
na armadilha da Folha.