Campanha Salarial: Metalúrgicos fazem atos e entregam pautas

Metalúrgicos de São Paulo e de outros Estados realizaram ontem manifestações na capital paulista para a entrega de pautas da campanha salarial aos representantes dos grupos patronais.

Ao entregar as pautas da
campanha salarial aos representantes dos grupos 9, 10 e
Fundição, o presidente da
Federação Estadual dos
Metalúrgicos da CUT (FEMCUT),
Valmir Marques, o
Biro-Biro, reivindicou dos patrões
mais atenção às cláusulas
sociais.

Ele comentou que os
representantes patronais receberam
bem as reivindicações,
principalmente às cláusulas
apresentadas pelas comissões
temáticas. Biro-Biro
também reafirmou aos representantes
dos três grupos
o pleito de unificação das
datas-base em setembro.

Algumas das claúsulas
sociais apresentadas são:

subvenção das empresas
para pagar os estudos dos
trabalhadores.
criação de um fundo
para formação e capacitação
profissional.
mais creches e maior
período de amamentação.
cumprimento das cotas
para as pessoas com deficiência

Aumento real é prioridade

Depois que Biro-Biro
destacou a prioridade das
cláusulas sociais, outros
oradores falaram sobre a
necessidade dos metalúrgicos
conquistarem reajuste
salarial com aumento
real.

Para José Paulo Nogueira,
diretor do nosso
Sindicato, o bom momento
da economia brasileira
oferece todas as possibilidades
para um acordo favorável
à categoria.

“Os patrões não têm
desculpa para não atender
nossa pauta, especialmente
em relação a um
aumento real compatível
com o desempenho positivo
de todos os setores
da indústria metalúrgica”,
afirmou Zé Paulo.

Início de um processo de luta

Os metalúrgicos também
entregaram as pautas
aos representantes do Sindipeças,
sindicato das autopeças,
e da Anfavea, sindicato
das montadoras.

O presidente de nosso
Sindicato, José Lopez Feijóo,
disse que ontem marcou o
início de um grande processo
de luta, inclusive com a
realização de várias manifestações
em Brasília pela redução
da jornada de trabalho
e mudanças na Previdência
Social.

Mais dinheiro – Feijóo lembrou que o
mercado está crescendo em
decorrência do aumento do
emprego e da massa salarial,
e que ao atendimento de nossas
reivindicações vai fazer o
Brasil crescer ainda mais.

“Com mais dinheiro no
bolso, o trabalhador vai consumir
mais e a roda da economia
vai girar mais depressa,
abrindo mais postos de
trabalho”, comentou o presidente
do Sindicato.

Campanha nacional quer piso unificado

Os representantes de
todos os grupos patronais
também receberam pauta da
campanha nacional dos
metalúrgicos, junto com estudo
elaborado pelo Dieese
mostrando que o custo de
vida é semelhante em todo o
País, enquanto os salários
apresentam diferenças profundas.

“Esse estudo é nossa argumentação
para o atendimento
de reivindicações
como o piso salarial nacional
unificado”, disse Carlos Alberto
Grana, presidente da
Confederação Nacional dos
Metalúrgicos da CUT e diretor
de nosso Sindicato.

Ele comentou que o
acordo nacional pretende estabelecer
um novo patamar
de relações do trabalho, já
que as diferenças salariais não
são ruins apenas para os trabalhadores.

“As indústrias perdem
ao tratar os trabalhadores de
forma diferenciada porque
estabelecem entre elas uma
concorrência desleal e predatória”,
afirmou Grana.