Lula destaca bom momento do Brasil

Na festa de 50 anos da Scania, o presidente Lula disse que nunca o Brasil teve um momento tão bom, com desenvolvimento econômico e distribuição de renda. Segundo ele, a indústria automobilística é testemunha disso, com recordes de produção e vendas.

“A economia vai continuar crescendo”

O presidente Lula disse
ontem que nunca o Brasil viveu
um momento tão bom
de sustentabilidade econômica
como o atual, pois combina
uma política de desenvolvimento
com uma política
de distribuição de renda.
Ele esteve ontem pela manhã
na Scania, onde participou da
comemoração dos 50 anos
da montadora.

Lula peguntou: “Quantos
empresários imaginavam
que teríamos 146 bilhões de
dólares em reservas, 47 bilhões
de dólares em superávite
comercial e a inflação
estável de 3,7% ao ano?”.

Ele afirmou que não
ouve mais a indústria automobilística
dizer que está em
crise ou que está com os pátios
lotados, pois elas vêm batendo
recordes de produção
e vendas.

Para Lula, não há outro
caminho para a economia
brasileira senão do crescimento,
gerando emprego, riqueza
e renda.

O presidente disse que a
Scania tem que agradecer a
qualidade de seus trabalhadores.
“Não existe trabalhador
com mais criatividade,
dedicação e amor que o brasileiro”,
afirmou Lula.

Igualdade com países ricos

Lula destacou que seu
governo teve coragem de
não aceitar as pressões das
nações ricas sobre as barreiras
comerciais entre os países.
Isso ocorreu na última
Rodada Doha, na semana
retrasada.

“Fizemos questão de dizer
que tinha acabado aquele
momento de subserviência.
Queremos ser tratados em pé
de igualdade”, ressaltou.

A Rodada Doha é uma
abrangente negociação para
reduzir tarifas e subsídios
comerciais para incentivar o
comércio internacional. Criada
em 2001, ainda não saiu
do papel (leia ao lado).

Na última rodada, as negociações
mais uma vez fracassaram.
Lula lembrou que
os Estados Unidos queriam
aumentar os subsídios agrícolas
aos seus produtores,
em vez de abaixá-los, como
querem os países em desenvolvimento.

Para o presidente, o Brasil
pode fazer esse enfrentamento
porque vive um momento
de crescimento estabilizado.
“O mundo precisa
aprender que o Brasil resolveu
assumir sua grandeza política
e econômica”, comentou.

Na avaliação de Lula, o
País precisa deixar de ser pequeno,
de ser a esperança do
mundo e o país do futuro.
“Chega de ser um monte de
adjetivos que nunca se concretizam.
Nós agora vamos
crescer”, concluiu.

Greve na Scania
impulsionou democracia

Ao iniciar seu discurso
no pátio da Scania, Lula lembrou
que estava no mesmo
cenário de 29 anos atrás, durante
a greve dos trabalhadores
realizada na fábrica em
maio de 1978.

“Os companheiros na
Scania têm a ver com a democratização
do País”, disse. Ele
afirmou que aquela foi uma
das primeiras greves desde a
ditadura militar de 1964.

Lula disse que naquele
momento de efervescência
política, os trabalhadores começaram
a erguer a cabeça e
lutar por melhoria das condições
de vida. “Foi aqui que
começamos a conquistar a
democratização do País”,
avisou.

Lula também contou
que, tempos depois, a diretoria
do Sindicato foi cassada
e ninguém queria ser o
interventor, pois os dirigentes
eram muito respeitados.

Ele recordou que conversou
com Afonso Monteiro
da Cruz, que era mensalista
na Scania, para convencê-
lo a aceitar o papel de
interventor sem que o então
ministro do Trabalho, Murilo
Macedo, soubesse que a indicação
havia sido do próprio
Lula.

“Assim que o Afonso assumiu,
entregou a chave do
Sindicato para a diretoria cassada”,
recordou o presidente.

A Rodada de Doha

A Rodada Doha
de Desenvolvimento
foi lançada em 2001,
nessa cidade do Qatar,
país que fica no Golfo
Pérsico.

A Rodada avançou
pouco no objetivo
de reduzir as tarifas comerciais
entre os países
como forma de estimular
o comércio mundial.

As nações em desenvolvimento,
agrupadas
no G-20 e lideradas
por Brasil e Índia,
querem que os países
ricos reduzam as tarifas
que encarecem a entrada