Situação econômica favorece trabalho decente no País

É hora de colocar conquistas em prática

Os trabalhadores precisam
aproveitar o bom momento
que o Brasil atravessa
para exercer seu poder de
pressão e colocar em prática
a agenda de trabalho decente
que já existe no País.

A opinião é de Solange
Sanches, responsável pela
área de empregos e oportunidades
iguais em gênero e
raça da Organização Internacional
do Trabalho (OIT)
para o Mercosul e Chile,
onde coordena uma pesquisa
sobre trabalho decente.
Ela esteve na última sexta-feira
no Sindicato para debater
o assunto.

“O Brasil já assumiu
uma série de compromissos
que indicam as ações para o
trabalho decente ser uma realidade”,
afirmou Solange. “E
a melhor hora para que isto
aconteça é agora, pois o País
vive uma situação de crescimento
econômico e aumento
da formalização do emprego”,
prosseguiu. “A própria
lei de valorização do salário
mínimo é um exemplo
de como a pressão dos trabalhadores
pode ser usada
para melhorar as condições
de trabalho”, disse a representante
da OIT.

Direitos – Ela explicou que trabalho
decente é qualquer ocupação
produtiva adequadamente
remunerada e exercida
em condições de liberdade,
igualdade e segurança, que
seja capaz de garantir uma
vida digna para as pessoas.

“A não discriminação de
qualquer tipo é um direito
fundamental e o Brasil avançou
neste ponto nos últimos
anos”, avaliou Solange. “Diminuíram
as diferenças salariais
entre homens e mulheres,
cresceu a presença de
mulheres negras no mercado
de trabalho e está maior a
participação dos mais pobres
na renda nacional”, disse.

“Ainda há muito para
ser feito, mas, depois de muito
tempo, o País voltou a seguir
o caminho certo para a
ampliação do trabalho decente”,
concluiu a técnica da
OIT.

Campanha – Para Rafael Marques, secretário-
geral do Sindicato, a
palestra de Solange Sanches
mostrou que os metalúrgicos
da CUT em São Paulo estruturaram
corretamente a
pauta para a campanha salarial
deste ano.

“Ao incentivarmos o
crescimento econômico através
de cláusulas que melhoram
as condições de trabalho
vamos na direção que aconselha
a OIT”, afirmou o dirigente.