87% das campanhas têm aumento real

Das 280 negociações
verificadas pelo Dieese no
primeiro semestre deste ano,
em 245 (87,5%) os trabalhadores
conquistaram aumentos
reais de salários, variando
entre 1% e 2% além da
inflação.

Apenas em 9 negociações
as categorias não conseguiram
repor as perdas.

Para o diretor técnico
do Dieese, Clemente Ganz
Lúcio, quatro fatores foram
decisivos para o bom resultado:
o crescimento constante
da economia, planejamento
de longo prazo das empresas,
queda nos níveis de
desemprego e o ambiente
mais propício de negociação
por causa da inflação baixa.

“A economia vêm crescendo,
mesmo que em patamares
baixos. Mas agora é
constante, ao contrário de
antes, que havia paradas e até
retração. Neste ambiente é
possível as empresas terem
maiores condições de se planejar”,
disse.

Ele aponta ainda a revalorização
das negociações, reforçadas
pelo maior número
de empregados com carteira
assinada e sindicalizados.

Indústria lidera – Entre os setores produtivos,
a indústria foi a que teve o
melhor desempenho com
92,8% das negociações com
reajustes acima da inflação. No
setor de serviços, 84,8% tiveram
saldo positivo e no comércio
o índice foi de 81,8%.

Segundo o supervisor do
escritório regional do Dieese
em São Paulo , José Silvestre, a
indústria é mais sensível às condições
macroeconômicas e,
por isso, consegue um resultado
mais positivo. “A indústria
é o carro-chefe da economia e
puxa a atividade econômica”,
disse. Para ele, uma prova disso
é que nos anos de 1999 e
2003, quando a análise atingiu
seus piores índices, a indústria
foi o setor com o pior
desempenho.