Campanha Salarial: Metalúrgicos rejeitam nova proposta das montadoras
0,5% de aumento real e abono de R$ 475,00. Foi com essa nova proposta que as montadoras começaram a negociação de ontem. A oferta foi rejeitada, mas a reunião prosseguia ontem à noite.
Negociação com montadoras endurecem
Os 0,5% de aumento
real e abono de R$ 475,00
com que as montadoras iniciaram
a negociação de ontem
demonstra a pouca vontade
dos patrões em chegarem
a um acordo com os
metalúrgicos. A oferta foi
imediatamente rejeitada pela
bancada dos trabalhadores.
A negociação prosseguia
até o fechamento desta
edição, às 19h15. No entanto,
o presidente do Sindicato
José Lopez Feijóo adiantou
que se as conversas não
evoluíssem, a reunião de ontem
seria encerrada com a
entrega do aviso de greve.
Não havia outro encontro
agendado no calendário de
negociações.
“Nossa resposta será
dada na assembléia deste sábado”,
respondeu Feijóo,
destacando a importância da
categoria comparecer em
peso na Sede do Sindicato.
“Ou tem proposta para ser
votada, ou é luta já no início
da semana que vem”, afirmou.
Nesta quarta-feira vence
o prazo que a categoria deu
para os patrões de todos os
grupos apresentarem propostas.
O grupo 9 já tem o
aviso de greve porque também
não chegou a um índice
de reajuste que atenda às expectativas
da categoria.
Hoje tem mais uma rodada
com o grupo 3 (autopeças,
parafusos e forjarias)
e amanhã com o setor de fundição.
Mobilização – Enquanto isso, o Sindicato
continua fazendo as assembléias
de mobilização nas
fábricas. Ontem elas aconteceram
na Coldex, em Diadema,
e na Mahle Metal Leve,
em São Bernardo, com
um recado único.
“Os patrões não têm
motivos para enrolar e têm
todas as condições econômicas
de atender nossa pauta”,
disse José Paulo Nogueira,
diretor do Sindicato
Veja abaixo um resumo
do desempenho dos setores.
Pelos números, apresentados
por eles próprios, não há desculpa
para um acordo.
Acordos tem de seguir resultado dos setores
Máquinas e equipamentos faturaram R$ 34 bilhões
A indústria de bens de
capital, que são máquinas e
equipamentos, faturou quase
R$ 34 bilhões de janeiro a
julho deste ano, crescimento de 10% em relação ao
ano passado. Boa parte desse desempenho foi puxada
pelos setores de siderurgia, mineração, agrícola,
açúcar, álcool, gás, papel e celulose. A informação
é da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos. O desempenho desse setor
mostra que a economia está aquecida e que o investimento
no País cresce, com aumento da capacidade
de produção. Só no primeiro semestre, o nível de utilização
da capacidade instalada aumentou 4,7%.
Setor automotivo tem o melhor ano desde 1997
O setor automotivo está
registrando o melhor desempenho
dos últimos 10 anos.
Até agosto, foram vendidas
2,6 milhões de unidades, com um aumento de 28%
em relação ao mesmo período do ano passado. Somente
em agosto as vendas foram de 398 mil veículos,
alta de 8% sobre julho.
Os dados incluem vendas de automóveis, comerciais
leves, caminhões, ônibus, motos, máquinas agrícolas
e implementos rodoviários. A área de máquinas
agrícolas teve aumento de 53%, com produção de
mais de 13 mil unidades.
Aumentou faturamento das autopeças
Os recordes na produção
e venda de veículos fizeram
o Sindipeças, o sindicato
das autopeças, rever
para R$ 68 bilhões o faturamento neste ano.
Se confirmada essa previsão, neste ano o aumento
da produção em relação o ano passado será de
14%. O número de trabalhadores deverá crescer
3%, chegando a 205 mil em dezembro.
Fundição quase dobra de tamanho
A produção de fundidos
cresceu 75% entre 2001 e
2006, puxado principalmente
pelo aumento de produção
de veículos. Cerca de 65% das vendas do setor
vai para o setor automotivo. O Brasil ocupa o sétimo
lugar na lista mundial dos produtores de fundidos