Copa do Mundo de 2014: Estados brasileiros já brigam pelos jogos
A possibilidade do Brasil
ser escolhido pela Fifa para
sediar a Copa do Mundo
de Futebol de 2014 já mexe
com os ânimos da torcida e
provoca uma disputa de bastidores
entre Estados e municípios.
No dia 30 do mês
que vem, a Fifa anuncia que
País sediará o campeonato.
Como o Brasil é o único candidato,
é muito pouco provável
que a disputa deixe de
ocorrer aqui. Aí começa uma
queda-de-braço interna.
Existem 18 cidades interessadas
em receber as
seleções que participarão
da competição, mas apenas
entre oito e 12 cidades serão
escolhidas. Por isto ocorrem
disputas entre as candidatas,
que são Belém, Belo Horizonte,
Brasília, Campo Grande,
Cuiabá, Curitiba, Fortaleza,
Florianópolis, Goiânia, Maceió,
Manaus, Natal, Porto
Alegre, Recife e Olinda (candidatura
única), Rio Branco,
Rio de Janeiro, Salvador e
São Paulo.
Todas já se enfrentam
em uma disputa silenciosa
para atrair investimentos do
governo federal e da iniciativa
privada. A corrida tem
justificativa. Com a realização
da última Copa, a Alemanha
teve um crescimento
de 19% no setor de turismo,
mobilizou R$ 4 bilhões e
criou 40 mil empregos.
O Ministério do Esporte
já anunciou que vai investir
recursos do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento)
na infra-estrutura
de Estados e municípios
escolhidos, caso a Fifa confirme
a Copa do Mundo no
Brasil.
O governo não vai auxiliar
na reforma de estádios,
por considerar a atividade
atraente o suficiente para receber
recursos da iniciativa
privada.
Serra chuta de canela
Os políticos também
se movimentam para atrair
os recursos. “Se Florianópolis
não participar, eu vou
ter um chilique”, avisa a
líder do PT no Senado,
Ideli Salvati
(SC).
São Paulo e
Rio de Janeiro têm
a escolha garantida,
mas participam
de outra rivalidade:
quem sediará a
final da Copa.
O governador José
Serra começou chutando
de canela.
Como é candidato a
presidente e quer fazer média com os cariocas porque
foi mal votado nas últimas
eleições naquele Estado, já
anunciou que abre mão das
finais em São Paulo e aceita
que sejam no Rio de Janeiro.
Os paulistas fariam a abertura
do torneio.
O senador Aloizio Mercadante
(PT-SP) não poupou
o vacilo de Serra.
“O Maracanã não nos
traz boas lembranças em
matéria de final de Copa”,
provocou o parlamentar,
lembrando a final
de 1950, quando
o Brasil era o favorito
disparado e
foi derrotado pelo
Uruguai, numa das
maiores zebras da
história do futebol.
“Mas se depender
do governador de
São Paulo ficará difícil, pois
não há segurança que ele
traga a final da Copa para
São Paulo”, cutucou Mercadante.