A íntegra do acordo no G.9
Avanço nas cláusulas sociais. Aumento real de 2,5% e pisos maiores. Os metalúrgicos da CUT fecharam acordo junto ao Grupo 9, válido para todo o Estado. O acordo prevê avanços nas cláusulas sociais e garante o mesmo aumento real do pessoal nas montadoras, conquistas que há anos não aconteciam.
Acordo no grupo 9 é o melhor dos últimos anos
O acordo com o grupo
9 é histórico na avaliação da
bancada dos trabalhadores.
As negociações neste ano,
com reajuste salarial no mesmo
parâmetro das montadoras,
foram um exercício de
superação.
José Paulo Nogueira,
diretor do Sindicato que acompanhou
as negociações,
mostra que depois de muito
tempo a categoria conquistou
um acordo geral e igual
em todo o Estado de São
Paulo.
“A maioria das últimas
campanhas foram marcadas
por acordos por fábricas.
Onde havia organização e
mobilização o reajuste era
melhor. Onde não tinha, os
trabalhadores ficavam com
a proposta menor”, recorda
Zé Paulo.
Outro avanço visto por
ele foi nas cláusulas sociais,
coisa que não acontecia há
muitos anos.
“Antes, as negociações
sociais começavam com os
patrões ameaçando a cláusula
de estabilidade do acidentado”,
afirmou o diretor.
Zé Paulo reitera que foi
fundamental a pressão das
comissões temáticas dos
metalúrgicos para os avanços
conquistados agora (veja
abaixo).
Ele destaca que as negociações
seguiram a dinâmica
dos trabalhadores ao
não permitir que as primeiras
propostas do grupo norteassem
as negociações para
os demais grupos.
“Todos os outros setores
estavam de olho nas
conversas com o grupo 9”,
lembrou o dirigente.
Foi ele o que mais apresentou
propostas salarias
(três no total) na tentativa de
estabelecer uma referência
para os demais grupos.
“Acertamos ao esticar
as negociações por mais
algum tempo”, concluiu o
diretor do Sindicato.
O acordo com o grupo 9
Cláusulas econômicas
Reajuste – 6,8%, sendo 2,5% de aumento real e 4,19% relativos à inflação. O reajuste é retroativo ao
salário de agosto, mês da data-base.
Teto – Aplicação do reajuste até o teto de R$ 3.850,00. Acima, valor fixo de R$ 261,80. O teto foi elevado
em 11,6% em relação ao teto do ano passado.
Atenção: ficam garantidas as condições mais favoráveis, como no ano passado. Ou seja, se o teto na fábrica
que você trabalha foi maior em 2006 do que o firmado no acordo, ele deverá ter o mesmo reajuste de
11,6%. Se no ano passado não houve teto, este ano também não haverá.
Pisos – R$ 641,52 para fábricas com até 50 trabalhadores. Reajuste de 8% em relação ao piso anterior de R$ 594,00.
R$ 686,67 para fábricas entre 51 e 500 trabalhadores. Reajuste de 8% em relação ao piso anterior de R$ 635,80.
R$ 758,00 para fábricas com mais de 500 trabalhadores. Reajuste de 7% em relação ao pisoanterior de R$ 708,40.
Cláusulas sociais
Aumenta auxílio-creche – O pagamento do auxílio-creche foi ampliado dos atuais 12 meses para 18
meses de idade da criança. Os valores serão 30% do piso no caso da trabalhadora apresentar comprovante
de creche, ou de 20% do piso quando não houver comprovante.
Tempo de amamentação – As mulheres poderão transformar em licença de oito dias úteis os dois
períodos diários de meia hora que a lei lhes garante para amamentar, após acordo com as fábricas.
Diversidade para contratação – As empresas não poderão discriminar na hora de contratar. Isso
significa que elas deverão dar igualdade de oportunidade a jovens, homens e mulheres
acima de 40 anos.
Condições de trabalho – Adoção do Acordo de Prensas, que estabelece a obrigatoriedade de instalação
de sistemas de proteção em prensas, injetoras, galvânicas e similares.
Tempo estudante – Os estudantes terão dias abonados para prestar todos os exames vestibulares que
decidir durante o ano. Hoje são abonados apenas dois dias.
Renovação – As demais cláusulas sociais ficam renovadas por dois anos. Uma comissão da FEM-CUT e do
grupo 9 vai discutir a mudança da data-base para setembro e a evolução em outras cláusulas sociais.
PLR