São Bernardo: Famílias do Jardim Skaff continuam ameaçadas
Não houve acordo na audiência para definir o destino das 502 famílias que moram no J. Skaff, de São Bernardo, e estão ameaçadas de despejo. A prefeitura da cidade não se compromete com nada.
Justiça questiona propriedade do Jd. Skaff
Não houve acordo na
audiência pública para discutir
o impasse que coloca em
risco o direito de moradia de
502 famílias no Jardim Skaff,
de São Bernardo.
A família que se nomeia
dona da área quer a desocupação
em 60 dias. Os moradores
querem o seu direito à
propriedade reconhecido. Já
a prefeitura de São Bernardo
lavou as mãos.
A audiência foi promovida
pelo juiz da 7ª Vara
Cível da cidade, Gersino
Donizete, na segunda-feira.
O bairro está numa área de
100 mil metros quadrados
e é reivindicada pela família
Skaff, da qual faz parte
o presidente da Fiesp. Ela
pede a reintegração desde
1997.
Um dos motivos para
o não acordo é que, segundo
Gersino, entre outros
fatores faltam documentos
no processo, como o que
comprove a família Skaff
ser de fato a dona do terreno.
O juiz, no entanto, vai
continuar dialogando com
as partes.
Ele suspendeu a reintegração
da área na metade
deste ano, depois que surgiram
evidências de que nem
todas as famílias no bairro
seriam ocupantes, mas que
teriam adquirido os lotes.
À margem da disputa,
existe ainda a questão social.
O próprio juiz admite que é
preciso garantir o direito à
moradia e à dignidade daquelas
famílias.
A postura é inédita, já
que a Prefeitura de São Bernardo
não vem atentando a
esse direito, pois desocupou
centenas de moradias em situação
parecida pela cidade
nos últimos anos.
Durante a audiência, a
Prefeitura de São Bernardo
tentou se eximir da responsabilidade
com o destino dos
moradores.
Pressionado a aceitar
um acordo em que o governo
federal entraria com os
recursos para construção de
um conjunto habitacional
com terreno e projeto da
Prefeitura, o secretário de
Habitação, Ademir Silvestre,
apenas alegou não haver
área disponível dentro do
município.