A saúde e a CPMF
É bem possível que ao
ler essa coluna o Congresso
Nacional tenha votado a
continuidade da cobrança
da CPMF até 2011. A votação
estava prevista para ontem
à noite. Ela tem uma alíquota
de 0,38 % e representa
uma arrecadação de aproximadamente
R$ 36 bilhões
por ano.
Não cabe analisar a
CPMF como imposto, contribuição,
se é boa ou se é ruim,
se deve ser maior ou menor.
Vamos apenas esclarecer certos
aspectos não abordados
pela mídia, que tem repercutido
a posição de políticos da
oposição no seu discurso pelo
fim da cobrança.
Imposto da saúde
Quando foi criada pelo
então ministro da saúde
Adib Jatene, o IPMF, como
era chamado, tinha alíquota
de 0,20% e a arrecadação
era praticamente toda repassada
ao Ministério da Saúde
de forma a complementar
as outras formas de repasse
de dinheiro que eram
da Previdência Social, das
loterias e de fundos do tesouro
nacional.
Após alguns anos, o governo
FHC aumentou a alíquota
para 0,38% a título de
criação de um fundo para erradicação
da pobreza e outros
fundos sociais do governo
federal.
Mas, os 0,20% continuam
destinados à saúde e
representam uma parte significativa
dos investimentos
e custeios do governo federal
nessa área.
Crise tem nome
As dificuldades pelas
quais passa a saúde pública
no Brasil não tem ligação
direta com a falta de recursos
ou com a CPMF. Essa
crise é culpa principalmente
da falta de projetos, má gestão
e descaso por parte de estados
e municípios.
De cada R$ 100,00 que
o governo federal destina à
saúde apenas uns míseros
trocados chegam efetivamente
ao destino. O resto se
perde na má gestão, na falta
de planejamento e na corrupção.
A CPMF é importante
para o governo federal continuar
melhorando a saúde
pública. Cabe ao povo,
com os instrumentos constitucionais
que tem, fiscalizar
as ações dos conselhos
municipais de saúde e dos
prefeitos.
Precisamos de políticas
de saúde e não de prefeitos
fazendo politicagem com a
saúde.
Departamento de Saúde do
Trabalhador e Meio Ambiente