Ditadura em Mianmar massacra luta por democracia

A ditadura militar que controla o poder há 45 anos em Mianmar, ex-Birmânia, reprime violentamente protestos da população civil por democracia.

A Anistia Internacional mostrou ontem como é possível
acabar com os conflitos
em Mianmar, ex-Birmânia, onde a ditadura
militar que controla o poder
há 45 anos reprime violentamente
protestos da população
civil por democracia.

Basta o Conselho de
Segurança da ONU impedir
que China, Índia e Rússia
continuem entregando armas
aos militares. Até agora,
a China, com apoio da Rússia,
veta a proibição do envio
de armamentos ao país.

Esses países mantém os
militares no poder por causa
dos recursos de Mianmar, rica
em petróleo, gás e pedras
preciosas. Apesar da riqueza,
a população da ex-Birmânia
é uma das mais pobres da
Ásia.

Já uma elite empresarial
ligada aos militares vive ricamente
devido a uma série de
privilégios.

Estopim – Os protestos atuais são
os maiores nos últimos 20
anos e começaram há uma
semana, com o aumento de
500% no preço dos combustíveis,
o que agravou ainda
mais a situação de miséria do
povo, que saiu às ruas.

Soldados do Exército
dispersam os manifestantes
com armas de fogo, bombas
de gás lacrimogêneo e cassetetes.
Centenas de pessoas
foram detidas. É desconhecido
o número de mortos e
feridos devido à censura.

Os protestos ganharam
força com o engajamento de
monges budistas nas manifestações.

Como cerca de 90%
da população é budista, os
atos diários estão reunindo
centenas de milhares de
pessoas.

Composição – Várias facções militares
dominam a ex-Birmânia
desde 1962. O grupo atual
assumiu em 1988 e realizou
as últimas eleições em 1990.
Como o partido do governo
perdeu para a oposição, liderada
pela Prêmio Nobel da
Paz, Aung San Suu Kyi, os
militares anularam os resultados.
Milhares de pessoas
saíram às ruas para protestar
e 3.000 foram massacrados
por soldados.

A ONU resolveu intervir
e mandou um representante
para mediar o conflito
mas sofreu uma derrota
diplomática. Os dois principais
líderes dos militares
não quiseram recebê-lo. Ele
se reuniu apenas com outros
integrantes da junta.

Mas o diplomata conseguiu
uma vitória ao se
encontrar com a Nobel da
Paz Aung San Suu Kyi. Dos
últimos 18 anos, a líder dissidente
passou aproximadamente
12 anos em prisão
domiciliar e raramente é vista
em público.

Como será difícil a revolta
popular derrubar os
militares e a junta não dá importância
às gestões políticas,
só mesmo o bloqueio econômico,
como pedido pela Anistia
Internacional, parece capaz
de pôr fim à ditadura. Caso
contrário, o sangue continuará
rolando em um dos mais
belos países do mundo.