Dinheiro do trabalhador: Controladoria aponta irregularidades no Sistema S
Relatório da Controladoria
Geral da União (CGU)
mostra que 90% das entidades
do Sistema S apresentaram
contas irregulares no
ano passado.
A CGU realizou auditorias
em 172 unidades. Em
três delas foram constatadas
gestões irregulares, em 148
foram constatados problemas
e somente 21 tinham
contas regulares.
O Sistema S é formado
por nove entidades como
Sesi, Sesc, Sest (transporte),
Sebrae e Senar (rural).
No relatório, as principais
falhas apontadas estão
na compra de produtos e
serviços e na contratação de
pessoal, resultado de controles
internos deficientes.
As auditorias também
confirmaram irregularidades
no gerenciamento dos recursos
em quatro unidades,
com apuração de sobrepreços
em contratos de obras e
serviços.
Desvio – Em algumas licitações, o diretor contratante era sócio
na empresa contratada.
A auditoria apontou
pagamento de serviços em
duplicidade, prestação de
serviços sem contrato e
compra de produtos sem
licitação e por preços acima
do mercado.
Também foram constatados
acúmulos de cargos,
que não é ilegal mas dá super
poderes aos dirigentes.
Além disso, existem
também denúncias do uso
da máquina do Sistema S nas
campanhas eleitorais.
Agora, o relatório da
CGU será encaminhado ao
Judiciário.
Contas não têm controle
Já no ano passado, o Tribunal de Contas
da União apontou que as contas das entidades
do Sistema S são uma caixa-preta.
“A caixa-preta reside principalmente
nas entidades em que o recolhimento da
contribuição sobre a folha ocorre sem passar
pela Receita Federal”, disse o ministro
Marcos Bemquerer, do TCU.
O deputado Cláudio Vignati (PT-SC)
propôs a inclusão no Orçamento das receitas
do Sistema S, mas a proposta não
foi aprovada.
“Nem o Congresso, nem o Executivo
exercem acompanhamento dos recursos
do sistema S”, comentou Vignati. No ano
passado, as nove entidades do Sistema S
arrecadaram R$ 10 bilhões e neste ano a
previsão é arrecadar R$ 11 bilhões.