Aborto: Em defesa de uma política pública
Para cada três crianças
nascidas vivas no Brasil, é
feito um aborto induzido.
Apenas em 2005, foram realizados
mais de um milhão de
abortos inseguros no País. O
aborto é uma das principais
causas da mortalidade materna
e as regiões que mais
sofrem com o problema são
o Norte e o Nordeste.
Os dados foram anunciados
pelo Ministério da Saúde,
que patrocinou o primeiro
levantamento do País sobre o
número de interrupções voluntárias
de gravidez de forma
ilegal. A Justiça brasileira permite
o aborto apenas em duas
condições: estupro e riscos à
vida da mulher.
Por isso, diversas organizações
em defesa das mulheres
promoveram o Dia de
Luta pela Descriminalização
do Aborto. Durante toda
esta semana foram realizadas
palestras, panfletagens, apresentações
teatrais e de filmes
que trataram do assunto.
Debate – O ministro da Saúde,
José Gomes Temporão,
propõe um amplo debate a
respeito em todo o País. Em
sua opinião, além de ser uma
questão da mulher ou do casal,
o aborto é também um
problema de saúde pública.
Apenas em 2006, as
curetagens pós-aborto, correspondentes
aos casos de
complicações decorrentes
de interrupção da gravidez
espontânea ou insegura, resultaram
em mais de 230 mil
internações pelo SUS. Isto
custou aos cofres públicos
R$ 34 milhões. O próprio
presidente Lula, que afirmou
ser contra o aborto por professar
a fé católica, defende
que o Estado tenha uma política
pública adequada para
as mulheres que enfrentam
uma gravidez indesejada.