Tecnologia e saúde
Metalúrgicos, principalmente
os que têm planos de
saúde mais completos, podem
estar sendo vítimas do uso
abusivo de implantes e outros
procedimentos de alto custo.
O desenvolvimento de implantes,
próteses articulares e
de coluna vertebral, nos últimos
20 anos são uma importante
contribuição da bioengenharia
para a medicina.
No entanto, a indicação
descuidada e o uso de forma
abusiva e pouco criteriosa
desses implantes e próteses
podem representar prejuízos
irreparáveis para a saúde de
trabalhadores jovens, como a
perda de capacidade de trabalho,
renda e evolução profissional.
Números assustam – É cada vez maior o número
de jovens entre 20 e 30
anos, com pouco tempo de trabalho
e que, por dores provocadas
por pequenas lesões de
discos vertebrais, são submetidos
a cirurgias de coluna,
com a colocação de próteses
discais e artrodeses de vértebras
com o implante de placas
e parafusos.
Isso, para tratar lesões
muitas vezes em fase inicial,
de origem degenerativa e
causada por desidratação do
disco vertebral, conseqüência
direta do trabalho em pé,
posturas críticas, movimentos
e sustentação de cargas, e
também do aumento do ritmo
de trabalho e da ausência de
pausas para descanso.
A maioria dos casos se resolveria
com tratamentos clínicos
e fisioterápicos, melhoria
do condicionamento físico,
perda de peso e melhoria dos
postos de trabalho e dos processos
de produção.
Atividade lucrativa – O alto custo do tratamento
no qual o material implantado
chega a custar em torno
de 45 mil reais, é um atrativo
para a indústria de implantes,
hospitais, clínicas e
equipes médicas. Os planos
de saúde, não tendo como
negar os pagamentos, repassam
o aumento para o custo
do plano.
Diante da gravidade do
problema, o Conselho Federal
de Medicina publicou
a resolução 1.804/06 no
Diário Oficial da União de
20/12/2006 estabelecendo
normas para a utilização de
materiais de implante.
Muitos casos de complicações
têm sido atribuídas à
indicação incorreta do tratamento,
à qualidade ruim e às
falsificações do material implantado.
É preciso atenção dos trabalhadores,
dos médicos das
empresas e dos gestores dos
planos de saúde.
Os pacientes devem saber
que esse tratamento trará
uma série de limitações, exigirá
cuidados e, ao longo do
tempo, poderão ocorrer complicações
ainda pouco conhecidas
se não forem eliminados
os fatores do trabalho que determinaram
as lesões.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente