25 anos da Comissão de Fábrica na Volks
Protesto em 1992 pelo crescimento econômico, uma das muitas lutas travadas pelos trabalhadores na Volks nesses 25 anos da Comissão de Fábrica.
Os 25 anos da Comissão
de Fábrica dos Trabalhadores
na Volks, completados
hoje, são resultado da
insistência da categoria em
levar adiante a organização
no local de trabalho. Foi a
segunda Comissão conquistada
pelos metalúrgicos do
ABC – a primeira foi na Ford
em 1981.
Valdir Freire, o Chalita,
atual coordenador, divide a
existência da Comissão em
três fases. A primeira vai
da sua conquista até 1987,
quando ocorre a consolidação
da Comissão.
Depois, recorda ele,
vem a fase da Autolatina, a
união de Volks e Ford, que
durou até 1993, como um
período de embate contra
demissões em massa.
Por fim, vem a reestruturação
da montadora,
marcada com a luta dos trabalhadores
pela manutenção
da fábrica aqui no ABC, e
que vai até o último acordo
de investimentos, em setembro
do ano passado.
Democracia – “O importante dessa
trajetória é o compromisso
da Comissão com os trabalhadores”,
salientou Chalita.
“Foram muitas batalhas,
embates, greves, protestos,
lutas, avanços e alguns recuos
no período, nas quais os
trabalhadores sempre foram
os atores principais dessa
história”, destaca ele.
O dirigente ressalta a
mudança na relação de trabalho,
de um ambiente autoritário
para um estágio de
democracia, como um dos
mais importantes avanços.
“Antes, não opinávamos sobre
nada na produção. Hoje
tudo o que a fábrica pensa
para o ambiente de trabalho
é tratado com a Comissão.
E a Comissão leva para ela
toda reivindicação ou necessidade
dos trabalhadores”
completa.
Para o diretor do Sindicato
Wagner Santana, o
Wagnão, esse espaço não se
deve à responsabilidade social
da fábrica, mas ao poder
de organização, da luta dos
companheiros por respeito e
cidadania. ” Na maior parte
do País, os sindicatos mal
conseguem chegar na porta
das fábricas. Que dizer então
de estar presente dentro
delas”, finaliza.
Disputa envolveu comissão da Volks
Logo após romper a
greve dos companheiros
na Scania, em maio de
1978, a diretoria do Sindicato
intensificou o trabalho
de base junto aos militantes
sindicais para elevar
o nível de mobilização da
categoria.
O resultado foi a primeira
grande greve da categoria
já no ano seguinte.
Em resposta ao avanço
sindical, a Volks contra
atacou. Aproveitando a intervenção
do Ministério do
Trabalho no Sindicato, em
1980, a montadora comandou
uma eleição para montar
uma representação dos
trabalhadores a seu favor.
Os seus objetivos eram
o de antecipar a luta por uma
comissão autêntica e esvaziar
a influência do Sindicato e
mantê-lo à distância. No entanto,
com poucos votos e
distante da base, a comissão
da Volks teve vida curta.
Em 1982, a empresa foi
obrigada a ceder à pressão
e abriu negociações com o
Sindicato.
O processo culminou
com a conquista da
Comissão de Fábrica dos
Trabalhadores.
O acordo com o estatuto
da CF foi assinado
em 25 de outubro de
1982 e a primeira gestão
tomou posse no dia 17 de
dezembro, com 21 de seus
24 membros eleitos com o
apoio do Sindicato.