A fraude com o leite
A atual crise desencadeada
pela constatação de
fraude no processamento
de grandes marcas de leite
só pode ser encerrada com
uma punição exemplar às
indústrias e cooperativas,
as únicas responsáveis pelo
controle da qualidade
do leite, pois têm o poder
e o dever de recusar e não
processar o leite caso ele seja
de má qualidade.
Entenda a fraude – O leite é uma substância
perecível e não pode ser
contaminado por bactérias
no seu manuseio. A contaminação
se dá na passagem
pelo bico do úbere da vaca
por uma doença chamada
mastite, por má limpeza e
esterilização dos bicos de
ordenha mecânica, por falta
de higiene da pele do animal,
das vasilhas coletoras
e até por falha no processo
de resfriamento.
O leite contaminado azeda
rapidamente e isso se
dá pela grande multiplicação
das bactérias, que consomem
o oxigênio do leite e
eliminam toxinas, fazendo
com que ele fique muito
ácido, ou seja, azedo e
impróprio para o consumo
humano.
Soda e água oxigenada – Para fraudar o leite, as
usinas e cooperativas adicionavam
soda cáustica,
que é alcalina, para reagir
com o ácido formado no
leite se transformando em
um sal de cálcio e água.
A água oxigenada completa
o processo aumentando
a concentração de oxigênio
e o volume de água e
contribuindo para recuperar
a densidade perdida.
Assim, disfarça o processo
de azedamento aumentando
o PH e a densidade,
tornando o leite parecido
com um leite puro, mas contaminado
por bactérias e com
baixo valor nutricional.
Atenção consumido – Embora nenhuma dessas
substâncias representem
risco à saúde, porque uma
vez misturadas ao leite elas
se transformam em substâncias
inócuas, o problema
é um leite de péssima qualidade
e baixo valor nutricional.
Ele deveria ser destinado
a produção de sabão ou
de ração animal, mas vem
para nossa mesa com o custo
de um produto puro. Cadeia
é pouco para essa gente!
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente