Ato pelo Dia da Consciência Negra em São Bernardo

Entidades da sociedade civil fazem manifestação amanhã na Câmara de Vereadores de São Bernardo pelo reconhecimento do Dia da Consciência Negra e feriado municipal.

São Bernardo é a única
cidade do ABC que não reconhece
oficialmente a contribuição
dos negros para a
formação do Brasil.
Por isso, ainda
não declarou 20 de
novembro feriado
municipal. O dia
marca o assassinato
de Zumbi,
herói da luta pelo
fim da escravidão
no País.

Para mudar a injustiça,
representantes da sociedade
civil organizada de
São Bernardo se reúnem
a partir das 8h de amanhã
na entrada da Câmara dos
Vereadores. Eles
querem convencer
os parlamentares a
votar o projeto de
lei que reconhece
a luta de Zumbi
e declara feriado
municipal o dia de
sua morte.

Ana Nice Martins,
coordenadora da Comissão
de Combate ao Racismo
dos Metalúrgicos, entende
que este reconhecimento é
uma forma de combater o
preconceito e a discriminação,
promover justiça social
e a verdadeira igualdade de
direitos.

“Não aceitar isso é uma
forma de preconceito”, protesta.
“Tenho certeza que
nossos vereadores consertarão
esse equívoco e reconhecerão
a luta do povo negro ao
declarar a data feriado, como
deseja a população da cidade”,
completa Ana Nice.

“O fato
de São
Bernardo
ser a única
no ABC
que não
aprovou o
feriado torna a cidade
a mais injusta da região.
A atitude da Câmara
confirma isso”.
David Alencar,
teólogo e pedagogo.

“É preciso
reconhecer
o Dia da
Consciência
Negra como
um dia de
reparação
pelo que a população
negra representa para o
Brasil”.
Adi dos Santos Lima,
secretário-geral da
CUT São Paulo

“Como São
Bernardo
não
aceita a
importância
do dia
20 de
novembro, essa luta tornase
ainda mais fundamental
no município”.
Cladeonor Neves,
coordenador da
CUT-ABC

“É um desrespeito
aos que buscam
conscientizar os
brasileiros da
importância do negro
na nossa sociedade,
afirmar que o feriado
traz prejuízos econômicos”.
Paulo Lage, presidente do
Sindicato dos Químicos do ABC

“É um dia de
protesto, de
denúncia e de
resistência contra
as condições em
que a maioria dos
negros ainda estão
submetidos na sociedade brasileira”.
Daniel Calazans, coordenador
do SUR na Scania