AIDS: Tratamento não supera desigualdades regionais

Boletim do Ministério da
Saúde divulgado nesta semana
mostra que as desigualdades
regionais continuam refletindo
no acesso das pessoas ao tratamento
de aids no Brasil.

Enquanto na região Sul
90% dos portadores do vírus
HIV vivem ao menos cinco
anos, esse percentual baixa
para 78% na região Norte.

Esses números mostram
as desigualdades regionais.
“Nosso desafio é reforçar a qualidade da assistência
do Sistema Único de Saúde
e ampliar o diagnóstico precoce
da infecção pelo HIV”,
disse Mariângela Simão, diretora
do programa nacional
de DST e HIV.

Os números do governo
mostram que o número
de infectados no País está
em queda. No ano passado
foram registrados 32 mil casos
da doença, enquanto em
2002 houve 38 mil notificações,
uma redução de 10%.
Entre 1980 e o ano passado
foram notificados 461 mil
casos de aids no Brasil sendo
que, nesse período, a doença
matou 192 mil pessoas.

Número de meninas com o vírus é maior que o de meninos

A presença do vírus HIV nos jovens
com idade entre 13 e 19 anos mudou de
sexo na última década. Em 1997, havia
273 meninos e 258 meninas infectados
pelo vírus. Em 2006, eram 223 meninos e
368 meninas contaminados, segundo Mariângela
Simão, do Ministério da Saúde.
“A mudança se deve principalmente a
fatores sociais”, avalia.

Segundo ela, estudos de comportamento
mostram que nas relações
sexuais eventuais, 80% dos meninos
usam preservativo e apenas 40% das
meninas exigem o uso da camisinha.

Epidemia feminina – O boletim mostra que em todas
as faixas etárias o número de mulheres
contaminadas tem aumentado.
Em 1985, a cada 15 homens infectados
havia uma mulher contaminada.
Em 2006, a relação passou
de 1,5 homem a cada uma mulher.
A maior parte dos casos de contaminação
no País concentra-se na faixa etária
de 25 a 49 anos, tanto em homens
como em mulheres.

Mas tem aumentado o número
de pessoas infectadas que têm mais
de 50 anos de idade. Em 1996, eram
1.257 pessoas com idade entre 50 e 59
anos. Em 2006, esse número passou
para 3.154.