Falta mão-de-obra especializada
Existem cerca de 160 mil vagas abertas no Brasil para funções especializadas, revela estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas(Ipea).
Pesquisa do Instituto
de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (Ipea) mostra
que, apesar de ainda existir
desemprego no País, existem
cerca de 160 mil postos
de trabalho esperando para
serem preenchidos em todo
o território nacional. O
requisito para a contratação
é que esses trabalhadores
sejam especializados.
O perfil do trabalhador
que as empresas não encontram
é altamente preconceituoso.
Elas querem homens
que não sejam negros, na
faixa de 31 a 37 anos, com
pelo menos o ensino médio,
qualificados para a área
industrial e de atendimento
público. Por todas essas
exigências, oferecerem um
salário baixo, que fica entre
R$ 640,00 e R$ 1.916,00.
O economista Jefferson
José da Conceição, da
Subseção do Dieese da CUT
Nacional, explica que a falta
de mão-de-obra ocorre porque
o País voltou a entrar
em um ciclo de crescimento
econômico após 20 anos de estagnação.
“Este déficite
comprova o bom momento
que a atividade econômica
nacional atravessa”, afirma.
Teonílio Monteiro da
Costa, o Barba, diretor do
Sindicato, acrescenta que falta
gente especializada porque
as escolas técnicas que formavam
trabalhadores qualificados
foram sucateadas.
“Por isso que o presidente
Lula já anunciou que
o governo federal vai construir
mais de uma centena
de escolas técnicas e formar
esses profissionais para suprir a procura do mercado”,
lembra Barba.
Outro fator apontado é
que o forte desemprego nos
anos 80 e 90 desestimulou a
formação de profissionais
técnicos, especialmente para
a indústria.
Onde estão e quais são os setores que procuram
Na região Sudeste há
mais de 70 mil vagas para
os setores de educação,
saúde, assistência social,
lazer, serviços pessoais e
domésticos, produtos de
transporte, indústrias química
e petroquímica.
No Norte falta mão-de-obra qualificada para
29 mil postos na área
empresarial, indústria de
transportes, produtos eletroeletrônicos,
de comunicação
e de medicina.
No Sul, empresas procuram
26 mil trabalhadores
nos segmentos de comércio
varejista e atacadista, produtos
minerais e metálicos,
serviços de educação, saúde,
assistência social, lazer e domésticos.
No Centro-Oeste, há
11 mil vagas para companheiros
especializados nas
áreas da indústria têxtil, de
vestuário e de calçados,
serviços de comunicação
e telecomunicação e de
apoio à atividade empresarial
O Nordeste precisa
de 13,4 mil trabalhadores
para um grande número
de setores.