Centrais começam campanha por 40 horas semanais

Recolher um milhão
de assinaturas para
pressionar o Congresso
aprovar lei que reduz
a jornada semanal de
trabalho para 40 horas.
Esse é o desafio da
campanha nacional que
as centrais sindicais vão
colocar nas ruas a partir
de fevereiro.

As centrais sindicais
anunciaram o início de uma
campanha nacional pela redução
da jornada de trabalho
para 40 horas semanais
sem redução do salário.

Como forma de pressionar
senadores e deputados
federais pela aprovação
de projeto de lei, as centrais
esperam colher um milhão
de assinaturas através de
abaixo-assinado que percorrerá
todo o País.

“Faremos grandes atos
de rua a partir do dia 11 de
fevereiro, logo após a reabertura
do Congresso Nacional”,
disse Artur Henrique,
presidente da CUT.

Abusos – Ele lembrou que o Brasil
vive uma realidade de extremos,
pois enquanto uma
parte dos trabalhadores está
desempregada, outra parte
é obrigada a fazer longas
jornadas.

No comércio os abusos
são mais visíveis, pois no setor
os trabalhadores chegam
a fazer 53 horas semanais.

Para Artur, a redução
da jornada é um instrumento
importante para a criação de
empregos, para a distribuição
de renda e melhoria da
qualidade de vida da população.

Mais emprego – De acordo com estudo
do Dieese, a redução da jornada
de 44 para 40 horas vai
gerar mais de 2,2 milhões de
empregos.

O presidente da CUT
lembrou que o envolvimento
dos trabalhadores
na campanha aumentará a
pressão sobre deputados
e senadores, que terão de
enfrentar o movimento sindical e os trabalhadores em
ano eleitoral.

O abaixo-assinado vai
pedir, ainda, que o Congresso aprove a convenção
151 da OIT, que estabelece
o direito dos servidores
à negociação coletiva, e a
convenção 158, que proíbe
a demissão sem motivos e
provoca a alta rotatividade
no emprego.

União –
Além da CUT, participam
da campanha a Força
Sindical, União Geral dos
Trabalhadores, Central Geral
dos Trabalhadores do
Brasil, Central dos Trabalhadores
e Trabalhadores do
Brasil e Nova Central Sindical
dos Trabalhadores.

Reforma tributária para distribuir renda

As centrais sindicais
também não aceitam que
o governo federal reduza
as políticas voltadas aos
trabalhadores para compensar
a perda de arrecadação
decorrente da não
renovação da CPMF.

“Queremos a continuidade
da política de valorização
do salário mínimo, do
reajuste
da tabela do Imposto
de Renda e dos percentuais
mínimos destinados à saúde
nos orçamentos públicos”,
avisou Artur Henrique.

Reforma –
As centrais sindicais
defendem uma ampla reforça
tributária para garantir
crescimento econômico e
distribuição
de renda.

Tirar dos ricos –
Para tanto, querem a
criação do Imposto sobre
Grandes Fortunas e Heranças,
isenção de impostos dos
itens da cesta básica, tributação
das remessas de lucro
ao exterior pelas empresas
transnacionais e a criação do
imposto progressivo, pelo
qual quem ganha menos
paga menos.

“A reforma tributária
deve garantir os direitos dos
trabalhadores e os investimentos
sociais na construção
de um modelo de desenvolvimento
econômico
pautado pela distribuição de
renda”, conclui Artur.