Conjuntura: O Brasil agora é credor externo
O Brasil era devedor
externo desde que a família
real portuguesa desembarcou
no Brasil, há 200 anos.
Na quinta-feira passada,
o Brasil passou a ser credor
externo, fato inédito na história
do País.
Isso só foi possível com
a redução da dívida externa
total líquida por meio das reservas
em dólar que o Brasil
tem e pelo dinheiro aplicado
no exterior em empréstimos
a países ou em títulos de outras
nações.
Nesta semana, o Banco
Central (BC) deve divulgar
que o montante da dívida líquida
se tornará negativo em
mais de US$ 4 bilhões.
Segundo o BC, o total
da dívida passou de US$
165,2 bilhões, no final de
2003, para US$ 4,3 bilhões,
estimativa para o fechamento
de 2007.
São dois motivos para o
feito. Primeiro, os resultados
das exportações brasileiras
que, desde 2003, deixaram
de depender exclusivamente
dos mercados norte-americano
e europeu.
O segundo motivo é o
ingresso recorde de divisas
(investimentos) no País.
A dívida na década
É bobagem afirmar
que o atual governo só seguiu
o que o anterior vinha
fazendo. Os números não
mentem:
A dívida externa em
1995, ano em que FHC
tomou posse, era de US$
159,2 bilhões.
A relação da dívida externa
com o PIB, em 1995,
era de 19,9%. Ou seja, o
Brasil devia quase 20% de
tudo o que produzia.
Em 2002, ano em que
FHC deixou o Governo, a
dívida estava em US$ 210,7
bilhões. A relação dívida externa
e PIB foi de 41,8%. Naquele
ano, as reservas do Brasil
eram de US$ 38 bilhões.
Hoje, segundo o Banco
Central, as reservas são de
US$ 180 bilhões. Ou seja, hoje
o Brasil tem quase cinco
vezes mais reservas do que
tinha no governo FHC.
O que é uma maneira
de dizer que o Brasil hoje
está cinco vezes melhor.